Violência obstétrica: dados revelam negligência médica

Por Alexis Constantine Cardozo
A cidade de Osasco entra no mapa da violência obstétrica com relatos de mulheres que enfrentaram procedimentos traumáticos, longas esperas e falta de consentimento durante o parto em maternidades locais. Casos recentes investigados pelo Ministério Público envolvem episódios de manobra de Kristeller que atualmente é proibida, exames invasivos e falhas no atendimento, evidenciando que a negligência ainda marca o cotidiano das gestantes. Instituições hospitalares estão sendo pressionadas por famílias a implementar protocolos de transparência e humanização, enquanto denúncias tornam urgente a fiscalização permanente no sistema de saúde.
Estudos da Fiocruz revelam que até 45% das pacientes de hospitais públicos e privados paulistas experienciaram violência obstétrica, maior em grupos vulneráveis e pacientes do SUS. As consequências vão de traumas físicos e psicológicos até dificuldades na relação mãe-bebê, reforçando a necessidade de abordagens humanizadas e escuta ativa nas maternidades.
Relato
Há cinco meses, uma família viveu a dor da negligência médica no Hospital Geral de Itapevi, onde um recém-nascido teve a cabeça gravemente cortada durante uma cesariana de emergência, supostamente por erro no uso do bisturi. O bebê precisou de mais de 12 pontos para fechar a ferida, um incidente que transformou um momento de esperança e alegria em uma tragédia emocional no estado de São Paulo.
O caso, que ainda não teve respostas oficiais do hospital, gerou revolta e mobilização. Os familiares afirmam que esta não é uma ocorrência isolada e prometem recorrer à Justiça para garantir que outras crianças e mães não sofram negligência semelhante.
Como ajudar
Para minimizar esses riscos, é fundamental promover o protagonismo da mulher no cuidado pré-natal e durante o parto. Ferramentas como o plano de parto, que registra as preferências da gestante, são essenciais para garantir comunicação clara e respeito às decisões dela, prevenindo intervenções desnecessárias e abusivas. A presença de acompanhante no parto também tem se mostrado indispensável para assegurar acolhimento e proteção. Além disso, políticas de qualificação constante das equipes de saúde e a melhoria da infraestrutura hospitalar são estratégias indispensáveis para oferecer um atendimento seguro e humanizado.
É dever dos gestores públicos, das equipes de saúde e da sociedade assegurar que as maternidades de Osasco adotem protocolos alinhados às recomendações internacionais, garantindo o respeito aos direitos das mulheres. Incentivar a denúncia de casos de negligência e violência, com proteção às vítimas, promovendo justiça e a real melhoria dos serviços. A prevenção da violência obstétrica é um compromisso ético e social que reforça o direito de toda mulher a um parto digno, seguro e pautado pelo respeito.