Violência no Trânsito em Osasco: Despreparo e Impunidade

Imagem por Rawpixel.com
Violência no Trânsito em Osasco: Despreparo e Impunidade
O número de homicídios decorrentes de desentendimentos de trânsito em Osasco está aumentando. O despreparo dos motoristas e a impunidade prevalente no Brasil são fatores que contribuem para essa escalada alarmante.
Recentemente, um policial militar de folga atirou e matou um homem de 47 anos após um acidente de trânsito na cidade. O caso chamou atenção porque um motivo fútil levou um agente treinado para lidar com situações de estresse extremo a tirar a vida de um trabalhador.
Esse episódio é apenas um exemplo do crescimento significativo de homicídios relacionados a desentendimentos no trânsito em Osasco, evidenciando problemas que vão desde a falta de preparo dos motoristas até a falha em punir adequadamente os infratores.
Despreparo dos Motoristas
Segundo dados do portal gov.br, estudos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação revelam que a falta de atenção e a imprudência são responsáveis por mais de 50% dos acidentes de trânsito. Em 2020, Osasco registrou uma redução no número de acidentes fatais. No entanto, no primeiro trimestre de 2023, a cidade liderou entre as 11 cidades da região em números de acidentes fatais. Esse aumento preocupante demonstra a necessidade urgente de melhorias na segurança viária.
Embora casos extremos, como homicídios envolvendo armas de fogo, ganhem destaque na mídia, outras formas de imprudência no trânsito, como dirigir embriagado, usar o celular ao volante, não usar o cinto de segurança e realizar conversões proibidas, são frequentemente ignoradas. Essas infrações acabam sendo tratadas como comuns, perpetuando comportamentos irresponsáveis que colocam vidas em risco.
Impunidade
Embora o policial que cometeu o homicídio tenha sido preso em flagrante, a impunidade ainda é a norma em acidentes e brigas de trânsito no Brasil. Em casos sem o uso de armas de fogo, a classificação entre homicídio doloso (intencional) e culposo (não intencional) depende de interpretações subjetivas das circunstâncias. A falta de clareza nas regras e a aplicação inconsistente da lei frequentemente resultam em punições brandas ou inexistentes.
Esse cenário reforça um ciclo de irresponsabilidade. Quando motoristas imprudentes não enfrentam as consequências de seus atos, transmite-se a ideia de que comportamentos perigosos são toleráveis. O resultado é um aumento da imprudência, dos acidentes e das mortes nas vias.
Medidas Necessárias
Para combater a violência no trânsito e reduzir os acidentes fatais, é imprescindível adotar medidas abrangentes e eficazes. Campanhas de conscientização que eduquem os motoristas sobre a importância de respeitar as leis de trânsito são um bom começo, mas não suficientes. A educação de futuros motoristas também pode ser uma solução, embora exija estudos e planejamento para ser eficaz.
Aumentar a fiscalização é outra medida essencial. Tecnologias como radares e câmeras de monitoramento, além da presença de agentes de trânsito, podem ajudar a identificar e punir infratores. Contudo, essas ferramentas precisam ser usadas com um propósito maior do que simplesmente gerar receita para governos.
A violência no trânsito em Osasco reflete problemas estruturais no Brasil, que incluem o despreparo dos motoristas e a impunidade sistêmica. Reverter esse quadro exige um esforço conjunto das autoridades, dos motoristas e da sociedade em geral. Apenas com educação, fiscalização e infraestrutura adequadas será possível tornar o trânsito mais seguro e reduzir o número de vítimas.
O caso do policial militar, apesar da repercussão, não deve ofuscar os chamados homicídios acidentais, que também exigem atenção e justiça.