Tecnologia: amiga ou inimiga da nossa saúde?

Homem usando óculos virtual – Foto: Designed by Freepik

De acordo com a OMS, o uso excessivo de tecnologias pode levar a problemas de saúde. Crianças pequenas não devem passar mais de 60 minutos por dia diante de uma tela. Diversos estudos indicam que o isso inadequado e exagerado de celulares, computadores e mídias sociais, podem causar doenças como sedentarismo, estresse e ansiedade. Entretanto, cada dia se torna mais complicado dosar o tempo de exposição a esses aparatos tecnológicos estão cada vez mais integrados ao nosso dia a dia. Contudo, medidas simples podem ser tomadas para evitar que as transformações digitais tragam impactos negativos a nossa saúde.

A tecnológica permitiu grandes evoluções para a humanidades, facilitou a comunicação em tempo real, se tornou uma potente ferramenta para aprendizagem de adultos e crianças, permitiu o avanço da medicina, além de aumentar a produtividade e reduzir custos das empresas, permitiu o compartilhamento de conteúdo diverso como texto, fotos e vídeos.

Uma pesquisa publicada pela Revista Livre de Sustentabilidade e Empreendedorismo revela que a hiperconetividade tem trazido consequências negativas na vida de crianças e adolescentes, tais como alterações no sono, falta de atenção, prejuízos nos relacionamentos interpessoais, desencadeamento de doenças mentais como depressão, medo e até mesmo o ataques de pânico. Por isso, se faz necessário acompanhar e controlar o tempo de exposições dos jovens em frente as telas. Muitos deles além dos trabalhos escolares feitos na internet, passam horas jogando online, assistindo vídeos no Youtube, “maratonando” séries na televisão ou navegando em suas redes sociais.

Os adultos também não estão isentos deste problema, pelo contrário, as mudanças causadas pela pandemia aceleraram os processos de digitalização das empresas. Hoje o trabalho remoto é uma realidade para muitas pessoas. Reuniões pelo Zoom, Google meeting e outros aplicativos de teleconferência, facilitaram os encontros com pessoas em diferentes localidades. Ao mesmo tempo, aplicativos de troca de mensagens como WhatsApp, Discord, Skype e e-mails que não param de enviar mensagens e alertas, por períodos que muitas vezes excedem o horário do expediente. Muitos colaboradores relatam serem cobrados por respostas imediatas, além disso, a constantes distrações causadas pela tecnologia interfere na concentração, diminuindo o foco e reduzindo o rendimento profissional.

Contudo, mesmo fora do trabalho, é muito difícil se manter longe da tecnologia. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) publicado pelo G1, no ano de 2020, o faturamento do comércio eletrônico no Brasil cresceu 68% em relação a 2019, chegando a R$ 126,3 bilhões, de acordo com dados e a previsão é que esse crescimento continue nos próximos anos. Muitas pessoas que temiam comprar pela internet, agora veem esse novo perfil de compra como algo muito natural.

Os serviços públicos e privados, como acesso a banco, emissão de documentos agendamento de consultas, contratação de serviços entre outros, também passaram a ser feitos quase que exclusivamente pela internet. Cursos online, facilitaram a vida de quem tem pouco tempo para se dedicar, dando possibilidade de acessar as aulas remotamente no horário que melhor se enquadre em suas agendas.

Mesmo nos momentos de lazer não conseguimos mais deixar os smartphones de lado. As redes sociais com seu feed infinito de postagens podem drenar um tempo precioso do nosso dia. Um estudo publicado na revista Brazilian Journal of health Review analisou a relação entre o uso de mídias sociais e comportamento alimentar. Foi percebido que as redes podem influenciar de forma negativa, pois as imagens idealizadas podem despertar insatisfação e baixa autoestima incidindo no aumento de casos de transtorno alimentar.

Estudos revelam que o uso excessivo de smartphones também podem causar depressão e ansiedade em estudantes, afetando a qualidade de vida e o desempenho acadêmico. Todas essas horas presos a uma tela podem causar esgotamento mental, aumento do nível do stress, causar dores de cabeça, olhos secos, dores musculares na região lombar e cervical, e até mesmo dificuldade em ter uma noite de sono tranquila. Felizmente, não precisamos abandonar completamente a tecnologia. Há medidas simples que podemos incluir em nossa rotina que podem nos ajudar a ter uma qualidade de vida melhor:

• Controle o tempo nas redes sociais, normalmente os aplicativos possuem em sua configuração alertas que informam quanto tempo você está conectado;
• Evite usar o celular como despertador, para reduzir a tentação de tê-lo ao lado da cama e acabar dando aquela espiada antes de dormir;
• Caso trabalhe ou estude muitas horas em frente ao computados, verifique a possibilidade de utilizar óculos com filtro de luz azul;
• Converse com seu empregador para delimitar o período de atendimento dos aplicativos de comunicação, após o horário de trabalho;
• Separe alguns minutos antes de dormir para se desligar. Leia um livro tome um chá e de uma pausa na televisão. Atividades como meditação também ajudam a ter um sono mais tranquilo;
• Pratique esportes, se possível ao ar livre. Além de manter o condicionamento físico, a exposição ao sol aumenta os níveis de vitamina D, responsável pela disposição e bem-estar;
• Controle o tempo que seus filhos ficam no videogame. Muitos jovens viram a noites em campeonatos e partidas online, comprometendo o sono que é muito importante nessa fase do desenvolvimento;
• Incentive a convivência social de seus filhos com outras pessoas da mesma faixa etária. A troca de experiências nas relações humanas trazem incontáveis benefícios, tais como aumento da cognição e da autoestima e facilidade de se expressar e compreender melhor os outros;
• Tente manter uma rotina saudável, com uma alimentação equilibrada. Lembre-se que a vida não é só trabalhar, é importante separar um tempo para lazer e convívio social.

Mudanças simples, podem trazem uma mudança considerável no seu dia a dia. Desta forma, é possível fazer as pazes com a tecnologia aproveitando tudo o que ela oferece de melhor. Mas é importante estar atento para que ela seja sempre uma ferramenta que contribua para seu desenvolvimento e não permitir que ela se torne um empecilho a sua qualidade de vida.