Quebrada enfrenta barreiras para praticar esportes

 Quebrada enfrenta barreiras para praticar esportes

Foto: Arquivo pessoal de Thiago Correa (à esquerda)

Redação: Luis Fernando Bruni e Rafael Peral – Estudantes de Jornalismo da ESPM

 

Thiago Corrêa, mestrando em Educação e morador da Vila Yolanda, em Osasco, acredita na importância do esporte como ferramenta de transformação social. “Nas periferias, são poucas as ferramentas de mudança. O futebol é algo mágico, que ainda encanta as crianças e as faz sonhar com uma vida diferente. Quase não se sonha na favela”, afirma.

Corrêa também critica a falta de políticas públicas eficazes, mas mantém a esperança de avanços. “Infelizmente, o governo não oferece uma estrutura que atenda 100% das comunidades. Mas acredito que isso é possível.”

Porém, o esporte não é para todos, principalmente se praticado na quebrada. Pesquisa do jornal Valor Econômico aponta que 47% dos moradores de bairros periféricos não possuem condições financeiras para praticar esportes. Além disso, segundo o Jornal da USP, 41% dos entrevistados afirmam sentir-se inseguros ao praticar atividades físicas nas proximidades de suas residências.

Em Osasco, a Secretaria de Esporte, Recreação e Lazer (SEREL) é responsável pela gestão de espaços esportivos públicos. Atualmente, o município conta com diversos equipamentos esportivos, como ginásios, praças e áreas de lazer, que atendem cerca de 50 mil pessoas por mês, segundo a própria secretaria.

No entanto, a manutenção desses espaços ainda é um desafio.
Alex Figueredo, líder comunitário e treinador da região, relata que muitos desses locais são reformados, mas acabam danificados em poucos meses. “Os espaços existem, mas não são devidamente cuidados. Em cerca de quatro meses após uma reforma, já vemos sinais de depredação. Os projetos sociais são fundamentais para preservar esses ambientes”, ressalta.

O esporte, além de promover saúde, também estimula o convívio social e a cidadania. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), “o esporte desempenha um papel fundamental nas periferias, proporcionando não apenas lazer, mas também inclusão social, saúde e oportunidades de transformação de vida”.

Vivian Domingues Mattos

Jornalista gaúcha. Formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atua na produção de reportagens com enfoque em temas de comportamento, saúde, cultura e direitos humanos.

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