Professores que Mudam Vidas: Os Desafios e os Impactos de Duas Educadoras da Rede Pública de Osasco

 Professores que Mudam Vidas: Os Desafios e os Impactos de Duas Educadoras da Rede Pública de Osasco

Imagem: Freepik

Por Isabela Tota

 

Na cidade de Osasco, a educação pública enfrenta inúmeros desafios, como problemas de infraestrutura e a falta de suporte para os professores, especialmente aqueles que atuam em áreas de maior vulnerabilidade social. Esses fatores dificultam o trabalho docente e comprometem a qualidade do ensino. No entanto, alguns professores se destacam por sua dedicação e criatividade, transformando não apenas a sala de aula, mas a vida de seus alunos. Neste mês, em que se comemora o Dia dos Professores (15), conhecemos a história de duas educadoras que, por meio de sua paixão e empenho, tentam fazer a diferença todos os dias.

 

Geni Moreira Trindade, de 55 anos, é professora na Escola Gabriela Maria Elisabeth Wienkem Irma. Com uma sala cheia de alunos e recursos escassos, Geni explica: “É um desafio fazer com que os alunos queiram aprender, mas a culpa não é deles. O sistema dificulta tudo, maquia a realidade, e as escolas estão sucateadas, sem infraestrutura. Infelizmente, as políticas públicas não se preocupam com a educação, e os alunos não têm motivação para estudar. Eles gostam de estar na escola, pois é o único lugar que os acolhe, devido à estrutura familiar e à vulnerabilidade que enfrentam, com muitos casos de abandono e violência.”

 

Apesar das dificuldades, Geni não desanima e continua tentando fazer a diferença, o que a motivou a se tornar professora: “Quero mudar o sistema e fazer a diferença. Uso a estratégia de fazê-los se sentirem pertencentes, ouvindo suas histórias, seus sonhos, e motivando-os todos os dias a não desistirem de seus objetivos, com aulas atrativas dentro da realidade deles”, explica Geni.

 

Keilla Marçal Pereira, de 47 anos, também atua como professora na Escola Estadual José Maria Perez Ferreira. Para ela, os principais desafios são dois: o uso indiscriminado dos celulares e a falta de uma rotina de estudos. “O principal desafio é competir com o uso excessivo dos celulares. A falta de uma rotina de estudos pós-escola impacta diretamente o meu trabalho.” Keilla acrescenta: “Recebo apoio da coordenação, que tem boa vontade e coração, mas o governo falha em fornecer estrutura, equipamentos e, às vezes, até funcionários.”

 

Assim como Geni, Keilla continua acreditando na mudança e guarda em sua memória histórias marcantes de seus alunos: “A aluna Pâmela me marcou muito. Ela é mãe de três crianças e retornou para o supletivo. É uma luta incrível para concluir os estudos, e este ano ela fará o ENEM. Estou ansiosa pelo resultado”, afirma a professora, emocionada.

 

As histórias de Geni e Keilla ilustram o poder transformador da educação. Elas mostram que, mesmo diante de dificuldades, é possível impactar vidas e cultivar sonhos. Em uma sociedade que muitas vezes esquece o papel fundamental dos educadores, é essencial reconhecer e valorizar esses profissionais, que, diariamente, dedicam suas vidas a fazer a diferença. E não devemos apenas valorizá-los no dia 15 de outubro; é preciso apoiar os professores continuamente e incentivar iniciativas que promovam uma educação de qualidade para todos.

Isabela Tota

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal Fluminense (UFF) e envolvida em projetos sociais como voluntária.

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