Poliomielite: Importância Da Cobertura Vacinal em Comunidades Periféricas
O Ministério da Saúde promoveu, no dia 8 de junho, mutirões de vacina contra a Poliomielite em todos os postos de saúde do país. O intuito dessa campanha, que se estende até 14 de junho, é imunizar cerca de 13 milhões de crianças menores de 5 anos de idade em 2024, como medida para a erradicação da doença.
O que é?
Poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa que afeta principalmente crianças. Causada pela proliferação do poliovírus, a enfermidade afeta sobretudo o sistema nervoso, podendo ocasionar insuficiência respiratória, paralisia permanente e até mesmo morte. A transmissão da poliomielite ocorre de pessoa para pessoa, através de gotas de saliva e coriza quando tossimos ou espirramos. Sua contaminação decorre do contato direto com fezes, água e alimentos que estejam eivados pelo vírus.
Os sintomas são similares aos da gripe e de infecções gastrointestinais, como enjoo, vômito, constipação e dores abdominais. Entretanto, pode ocorrer da criança não apresentar nenhum sintoma, logo, se torna imprescindível a vacinação. Diante disso, fica evidente a importância da cobertura vacinal para a prevenção da doença. Entretanto, esse fator apresenta uma grande problemática em nosso país, no que se diz respeito à saúde pública, bem como o número de crianças que vivem em vulnerabilidade social, mais propensas a se infectar.
De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, cerca de 49 milhões de pessoas continuam sem estruturas adequadas de saneamento básico. Logo, nota-se que uma grande parte da população brasileira está imersa em um ambiente com más condições habitacionais e higiênicas, que favorecem a proliferação do vírus. Além disso, a falta de acessibilidade ao sistema de saúde impacta diretamente a população periférica, tornando esse direito fundamental totalmente escasso em diversas comunidades.
Portanto, ao abordarmos a relevância da prevenção de doenças altamente contagiosas, é necessário analisar a raiz do problema, que impossibilita as favelas de terem acesso digno à saúde pública. Diante disso, campanhas publicitárias e de prevenção, bem como outras formas de conscientização sobre a doença se tornam ineficientes. Já que, diversas crianças ainda se encontram totalmente expostas a ambientes insalubres e a atuação de políticas públicas para mudar essa realidade é praticamente inexistente.