Saúde

Outubro Rosa: de uma brincadeira com o filho ao diagnóstico devastador

Por Annally Lima

Como o apoio da família ajuda as mulheres a enfrentarem o diagnóstico do câncer de mama; 70% das mulheres acabam abandonas pelos parceiros após a descoberta da doença

 

Quem diria que uma simples brincadeira com o filho revelaria uma batalha tão dolorosa? Foi assim que a dona de casa, Danieli Oliveira, de 42 anos, começou uma jornada contra o câncer de mama. Um tipo de descoberta que acontece corriqueiramente mundo afora, mas que mudou completamente sua vida.

O nódulo foi encontrado por acaso. “Estava brincando com meu filho, ele caiu de cotovelo no meu peito e doeu muito”, lembra Daniele. Mais tarde, ao tomar banho, ainda com dor, ela decidiu verificar e encontrou o pequeno nódulo. Em uma consulta com o ginecologista e após exames de mamografia e ultrassom, veio a notícia que ninguém quer ouvir: suspeita de câncer. O susto foi imediato!

“Fui encaminhada ao mastologista, e ele pediu uma biópsia. Quando veio o resultado de carcinoma invasivo, meu chão caiu. A sensação foi de morte”, desabafa. O diagnóstico trouxe uma enxurrada de emoções: medo, insegurança e o pior sentimento para uma mãe, que foi o desespero de imaginar o futuro dos dois filhos pequenos sem ela.

Agora, após o diagnóstico, recebido em junho deste ano, Daniele enfrenta uma jornada de 16 sessões de quimioterapia, divididas entre os tratamentos vermelhos e brancos. “Estou indo para minha quarta sessão. É muito difícil, mas estou determinada a lutar”.  A família tem sido seu alicerce, trazendo o apoio que ela tanto precisa. Com o carinho do esposo, dos irmãos e da sogra, Daniele encontra forças para encarar cada etapa desse processo exaustivo.

Solidão e abandono, um drama silencioso

O apoio familiar é fundamental nesse momento, e até determinante para como a paciente reage ao tratamento. Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia revelam que 70% das mulheres em tratamento oncológico são abandonadas por seus parceiros, além de terem de lidar com toda a pressão provocada pelo tratamento e das mudanças físicas, como por exemplo, a queda de cabelo e a possível mastectomia.

Para os especialistas, isso acontece por causa de um reflexo da nossa cultura, que não prepara os homens para saber lidar com a doença.

Para a psicóloga Cleyre Gontijo, o diagnóstico do câncer de mama carrega um peso emocional profundo, muitas vezes associado à morte e à perda de partes do corpo. “Formar uma rede em volta dessa mulher é crucial. Ela pode desenvolver depressão, tristeza e isolamento social. O acompanhamento psicológico é essencial para ajudá-la a lidar com toda essa situação”.

Daniele abraçou essa ideia e buscou força onde pode. “Hoje faço acompanhamento psicológico e estou cuidando da alimentação e do corpo, porque preciso manter a massa muscular para suportar o tratamento”. No meio dessa batalha, ela se apega à fé e ao desejo de viver pelos filhos e pela família.

“Quando descobri o carcinoma invasivo, meu chão caiu. Mas com o apoio da minha família, encontro forças para enfrentar cada sessão de quimioterapia”.

“Nem sempre as pessoas precisam estar fisicamente ao nosso lado para nos fortalecer. Uma mensagem, um abraço, uma palavra amiga, tudo isso contribui para nos sentirmos mais animadas, mais felizes”, reflete Daniele. Ela sabe que, para superar esse desafio, cada gesto de carinho é uma dose de força que a ajuda a seguir em frente e a manter esse belo sorriso que transmite não só a ela, mas a todos os demais a força para lutar, porque, afinal, a vale a pena viver.

Uma luta coletiva

No mês de outubro, em meio ao movimento de conscientização do Outubro Rosa, a história de Daniele é um lembrete da importância do diagnóstico precoce e do poder do amor e do apoio na luta contra o câncer de mama. É importante que as mulheres procurem o posto de saúde mais próximo e façam acompanhamento com o ginecologista.

Carreta da Mamografia

Em Osasco, o Governo do estado vai disponibilizar a partir de hoje a Carreta da Mamografia. O serviço vai funcionar no estacionamento da prefeitura.

O exame é gratuito para mulheres com idade entre 50 e 69 anos, mas precisa apresentar o RG e o cartão SUS. Pacientes entre 35 e 49 anos e acima de 70 anos devem apresentar, também, o pedido médico.

50 senhas vão ser distribuídas por dia durante a semana e 25 senhas aos sábados, por ordem de chegada. Em Osasco, a Carreta da Mamografia fica até o dia 9 de novembro.

A ação, que faz parte do programa Mulheres de Peito, tem como objetivo ampliar o diagnóstico e tratamento precoce do câncer de mama, e é intensificada durante a campanha Outubro Rosa. Em caso de alterações no exame, as pacientes são encaminhadas a um serviço de referência do SUS para a realização de exames complementares ou tratamento.

 

SERVIÇO

Carreta da Mamografia em Osasco
Data: 29 de outubro a 9 de novembro
Horário: segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e, aos sábados, das 8h às 12h (exceto feriados)
Endereço: Rua Dimitri Sensaud de Lavoud /estacionamento da Prefeitura

 

Matéria feita pela Jornalista Annally Lima

Ana Paula Ubialli

Formada em Investigação Profissional pela Uninter. Registro Profissional: registrado(a) como Jornalista, na função de Jornalista, sob o número 0013227/PR. Estudante de Bacharelado em Jornalismo pela Unopar. Cursos em: Comunicações de Marketing em Meios Digitais; Gestão da Comunicação; Gestão em Planejamento de Mídia. Também tenho um site de notícias.

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