Outubro Rosa: conscientização sobre o câncer de mama

Osasco irá promover o dia “D” em todas as UBS de Osasco. Leia a entrevista concedida por Lucimar Assunção que descobriu o câncer de mama durante a pandemia.

tub-notcia-osasco-outubro-rosa-corrigido Outubro Rosa: conscientização sobre o câncer de mama

Dia “D” Outubro Rosa. (Foto: Prefeitura de Osasco)

Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, tem como intuito promover informações a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença. 

Neste sábado (21), das 9h às 16h, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco realizará o Dia “D” do Outubro Rosa em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) com o tema “Cuidar de si também é amor próprio”.

A ação estará voltada para uma série de serviços voltados para a saúde das mulheres, como:

– Avaliação clínica e ginecológica sem necessidade de agendamento;

– Coleta de citologia oncótica (papanicolau) para mulheres com idade entre 25 e 64 anos;

– Requisição do exame de mamografia para mulheres com idade entre 40 e 69 anos;

– Requisição de ultrassonografia transvaginal para mulheres entre 25 e 64 anos;

– Requisição de exame de ultrassonografia das mamas para mulheres entre 40 e 69 anos;

– Palestras educacionais em Saúde sobre métodos contraceptivos (DIU, laqueadura, vasectomia, entre outros).

Serviço

Dia “D” do Outubro Rosa – Osasco

Data: 21/10

Horário: das 9h às 16h

Local: em todas as Unidades Básicas de Saúde de Osasco

Informações: Central 156

(Fonte: Prefeitura de Osasco)

Câncer de mama

pessoa-de-close-up-segurando-a-fita-rosa Outubro Rosa: conscientização sobre o câncer de mama

Fita rosa que representa o outubro rosa. (Foto: Freepik)

Segundo informações do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo mundo. Em dados de 2020, houve cerca de 2,3 milhões de casos em todo o mundo.

No Brasil, estima-se 66.280 casos novos em 2021; o câncer de mama ocupa o primeiro lugar das mortes por câncer entre as mulheres no Brasil, e as maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste.

Preste atenção aos sinais e sintomas: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; a pele da mama avermelhada ou com aspecto de casca de laranja, alterações no mamilo e saída espontânea de líquido de um dos mamilos, e pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas.

Fatores de risco que podem estar relacionados: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.

Entrevista

Lucimar Assunção, entrevistada para esta matéria, conta-nos um pouco sobre sua vida com a descoberta e tratamento do câncer de mama que enfrentou aos 45 anos.

Qual é a sua profissão? Você tem filhos? Quantos? Onde você mora?

“Meu nome é Lucimar de Cássia Assunção dos Santos, tenho 47 anos, sou divorciada, tenho 1 filho de 24 anos (Gabriel Assunção), sou formada em administração financeira e atuo na área em uma Indústria Têxtil no Polo Petroquímico de Camaçari -BA”.

No Instagram, você relatou que não teve nenhum sintoma. Como foi descoberto o câncer de mama?

“Devido ao tamanho e espessura da minha mama (600g), os médicos aconselharam realizar mamografia a partir dos 40 anos, desde então, realizo o exame todos os anos e sempre deu resultado normal. Em maio de 2021, com 45 anos, surgiu um endurecimento no tecido acima da mama esquerda. Não sentia dor, e em nenhum momento passou pela minha cabeça que pudesse ser câncer de mama, até porque nunca houve nenhum caso em minha família”, conta Lucimar.

Em que estágio estava?

“Inicialmente, pensei que pudesse ser resultado de algum exercício do pilates, porém, devido à ausência de dor e a permanência da alteração, resolvi procurar uma mastologista. A última mamografia havia sido realizada em 12/2020, mesmo assim, a médica solicitou uma ultrassonografia que teve resultado normal, a partir disso, ela solicitou uma nova mamografia e o resultado foi calcificação do tecido, com BIR3. Esse resultado sugere apenas acompanhamento, mas devido às imagens parecerem estranhas, foi solicitado um exame complementar que amplia as imagens. Devido à pandemia, o processo foi um pouco demorado e já estávamos no final de agosto. Foi solicitado uma punção, sendo agendada apenas para o dia 28/09/2021. No entanto, eu estava tranquila, nunca pensei em algo ruim “, esclarece.

Como foi passar pelo câncer de mama durante a pandemia? Como foi o tratamento?

“No dia 05/10/21 saiu o resultado, e para minha surpresa foi detectado um carcinoma ductal invasor. Pensei ‘como assim? Quando surgiu isso?’ Na mesma hora, comuniquei ao meu chefe, pois estava trabalhando em home office. Ninguém acreditava. Ao chegar em casa, reuni minha família (filho, nora e mãe) e contei o resultado. Minha nora começou a chorar, minha mãe ficou nervosa e meu filho me perguntou: ‘mãe, o que temos que fazer? Por onde começamos?’ Eu sabia que tinha ali o que eu precisava, as pessoas que me dariam suporte. No dia seguinte, meu gerente conversou comigo, deu-me todo suporte juntamente com o RH da empresa e incentivou a buscar especialistas que pudessem me orientar da melhor forma possível. Não continuei o tratamento com a médica que solicitou os exames inicialmente, não senti segurança na forma como ela queria conduzir o tratamento, então, procurei uma segunda opinião e fui para um hospital especializado em câncer de mama. Graças a Deus, fui atendida por uma excelente médica, madura, experiente, serena e que me deixou tranquila e confiante. Já na primeira consulta, ela conversou com outros especialistas, amigos dela, e me direcionou para um oncologista. Realizei novos exames e foi identificado que o câncer estava no BIR 4. Primeiramente, haviam sido identificados dois nódulos, mas depois foi constatado que eram quatro, todos do mesmo tipo e profundos, por isso não eram palpáveis. Começou, portanto, a saga para descobrir se o câncer havia se espalhado para outras partes do corpo e, graças ao Senhor, ele estava recluso apenas na mama esquerda, no entanto, a mama estava totalmente comprometida e precisava ser retirada”.

Fale sobre a sua rede de apoio e os vídeos.

“Entre a descoberta do câncer e a cirurgia foram dois meses. Realizei a cirurgia em 03/12/21, passei 73 dias sem poder fazer esforço ou levantar os braços. Não podia receber visitas devido à pandemia, o risco de contaminação era grande, então eu gravava os vídeos para dar notícias aos meus amigos e colegas de trabalho. Em detrimento disso, passei a divulgar no Instagram como forma de alertar as pessoas também. Em janeiro, após 1 mês da cirurgia, comecei a quimioterapia. A primeira sessão demorou 8 horas, fui pesada; não tive muitos efeitos colaterais, apenas dor de cabeça, insônia, um pouco de enjoo, queda de cabelo e de unhas e erupções na pele, mas não tinha vômitos e nem diarreia. Alimentava-me bem e não perdi peso. Em abril, comecei a radioterapia e tive que conciliar as sessões de quimioterapia com as sessões de radioterapia, consultas, exames, entre outros. Enfim, muita correria e muito gasto”.

Durante esse período, pude contar com uma amiga-irmã que me levava às consultas quando meu filho não podia ir — já que eu não podia dirigir. Fui para o INSS em 20/12/21, mas a perícia foi agendada apenas para 30/01/22 e só recebi o resultado em fevereiro. O primeiro pagamento só saiu em março desse mesmo ano. Durante esse período, passei aperto financeiro, porque os gastos iniciaram logo na descoberta da doença devido às várias idas para Salvador (consultas, exames), além de ter que comprar sutiã, meia, remédios, pomadas, entre outros, sem receber salário e sem reserva. Antes da cirurgia, fiz duas rifas, mas o valor não foi suficiente para cobrir as despesas, cada ida a Salvador eu gastava em média R$ 110,00. Um amigo, quando soube da minha situação, reuniu alguns dos meus ex-colegas de trabalho e fizeram doações em PIX, o que me deixou surpresa e muito grata. Depois, sugeriram fazer uma vaquinha virtual, que graças a Deus, deu certo e consegui o valor para concluir meu tratamento.

A pandemia de certa forma ajudou, visto que por não  poder receber visitas, permitia que eu descansasse nos intervalos entre consultas, exames e terapias. Também não tinha como ficar vestindo roupa enquanto estava com o dreno, ficava apenas de sutiã o tempo todo e não conseguia dormir à noite, então aproveitava os momentos que dava para dormir e descansar. Recebi muito apoio e carinho de amigos e familiares, principalmente das minhas primas. A gerência e diretoria da minha empresa também me deram muito suporte em relação ao plano de saúde, e me deixaram muito tranquila em relação ao meu emprego, assegurando que o afastamento não me prejudicaria e que deveria focar na minha saúde, o que me tranquilizou, pois possibilitou que eu me cuidasse sem o medo de perder o emprego. Isso é muito importante e faz toda diferença para o nosso equilíbrio emocional”.

Como você está hoje?

“Hoje, posso dizer que estou bem. Fiz uma nova cirurgia em 06/23 para troca da prótese, pois houve contratura devido à radioterapia e não podia continuar com ela, mas fiquei afastada apenas 15 dias e o pós-operatório foi bem mais tranquilo. Continuo com terapia oral (5 anos) e tenho alguns efeitos colaterais (insônia, dores na articulação, dor de cabeça, prisão de ventre, esporão nos calcanhares, dentre outros), mas estou viva e isso é o que importa.

Retornei ao trabalho em julho e tento levar uma vida normal. Cuido da minha casa (um pouco mais devagar que antes, porque às vezes eu me canso facilmente), vou ao mercado, faço caminhada e saio para dançar uma vez por mês”, finaliza.

Nossa entrevistada, Lucimar Assunção, é um exemplo sobre a importância de realizar check-up. Aconselhamos a todos que façam exames de rotina.

Não se esqueça do Dia “D” promovido pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Osasco. Neste sábado (21), das 9h às 16h, em todas as Unidades Básicas de Saúde da cidade.

Jornal Aborda

1 Comment

  • Parabéns , pela sua história de luta e fé ! Que Deus abençoe cada vez mais! Ela Nos mostra o quanto é importante nessas horas, o apoia da família e dos amigos. E que nos sirva de alerta para não faltarmos os exames periódicos. Por que para o tratamento ser mais eficaz a descoberta precoce é crucial.

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