Osasco, afogada entre chuva e promessas de obras

Arquivo pessoal: Gabriela Guanabara
Redação: Júlia Pussateli e Maria Clara Thamer. – Estudantes de Jornalismo da ESPM
As fortes chuvas registradas no primeiro trimestre de 2025 provocaram alagamentos em diversos pontos de Osasco e cidades vizinhas, afetando diretamente a rotina de milhares de moradores.
A população tem cobrado respostas mais efetivas do poder público. Segundo moradores, os alagamentos são recorrentes há pelo menos dois anos, sem retorno satisfatório da Defesa Civil. Guilherme Freitas Ximene, morador de Osasco, relata os transtornos enfrentados: “Quando chovia muito e eu saía do trabalho no horário de pico, o trajeto que durava uma hora virava duas. Quando alaga, é preciso mudar o caminho. Lá tem tudo o que você precisa, menos a qualidade que merece”, lamenta.
Com volume de chuva acima da média, ruas foram tomadas por enchentes que invadiram residências e comércios, comprometendo a estrutura urbana. Além de bairros como o Helena Maria, trechos da Avenida das Nações Unidas também foram severamente atingidos. Entre os problemas registrados estão congestionamentos, perda de veículos e, em casos mais graves, deslizamentos de terra — como o ocorrido na comunidade Morro do Socó.
A geografia de Osasco, com áreas de baixa altitude, também contribui para a vulnerabilidade da cidade. Dinei Ursulino Bezerra, morador do bairro Rochdale, comenta: “O Rochdale é uma região baixa. Os rios eram rasos, então a água não tinha para onde escoar. Agora, com parte da obra já finalizada, melhorou bastante. Só com chuva muito forte ainda alaga, e mesmo assim, só em algumas áreas.”
A ambientalista e climatologista Janete Barbosa alerta para o agravamento do cenário caso medidas estruturais não sejam adotadas com urgência: “Infelizmente, a tendência é piorar. Se os governantes não tomarem providências, teremos mais enchentes, deslizamentos e até mortes. Com 40 minutos de chuva forte, a cidade já fica debaixo d’água.”
Obras públicas
Segundo a Prefeitura de Osasco, um projeto de infraestrutura foi apresentado à população com o objetivo de mitigar os impactos das enchentes, por meio da construção de uma nova galeria de águas pluviais.
O prefeito Gerson Pessoa (Podemos) anunciou nos canais oficiais da Prefeitura que as obras de combate às enchentes terão início em maio e devem durar cerca de três meses. A intervenção será realizada no trecho entre o número 80 da Avenida Bandeirantes até o cruzamento com a Rua Passaredo e a Avenida Graciela Flores Piteri. A nova galeria terá cerca de 500 metros de extensão, com tubulações de 1,5 metro de diâmetro, permitindo maior capacidade de escoamento da água da chuva.
Além disso, a prefeitura está realizando a canalização do Córrego Rico, que atravessa o Jardim Helena Maria e se conecta ao Braço Morto do Rio Tietê, na divisa com os bairros Aliança, Canaã e Rochdale. A expectativa é que, com a conclusão dessas obras, os alagamentos sejam significativamente reduzidos.
O prefeito também fez um apelo à população para que evite o descarte irregular de lixo e entulho nas vias públicas, prática que contribui para o entupimento de bueiros e o agravamento das enchentes. A cidade conta com Ecopontos e serviço de agendamento para retirada de resíduos volumosos, disponível pelo telefone 156.