Os perigos da hipertensão

A hipertensão é uma doença que causa o aumento dos níveis da pressão arterial. Segundo a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), a doença atinge mais de 38 milhões de pessoas no Brasil.  

O coração é o órgão responsável por bombear o sangue para irrigar todo o nosso organismo. A pressão arterial é a força que é exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos. Se a pressão sobe mais do que deve, o coração precisa trabalhar mais, causando problemas cardíacos. Já quando a pressão está muito baixa, é sinal de que o coração não está conseguindo bombear sangue com força suficiente para o corpo.

Para saber o nível de pressão, é preciso medir com um medidor próprio para pressão. A medida é expressa por duas numerações, a máxima quando o coração se contrai e a mínima quando ele  relaxa. O nível considerado normal de pressão é 120 mmHg máxima de 80 mmHg mínima (popularmente chamado de 12 por 8). 

Porém, esse valor pode variar de pessoa para pessoa, de acordo com cada biotipo, e das condições de saúde em que ela se encontra. Alguns podem ter a pressão 10/6 e ser completamente normal. Entretanto, quando a pressão está acima de 12 por 8 é um sinal de alerta e se ficar acima, por exemplo, 14 por 9, em todos os casos é considerada como pressão alta.

As condições do ambiente também podem favorecer a alteração de pressão, locais estressantes podem elevar o nível dela. Já o calor excessivo, pode causar vasodilatação, causando queda de pressão. 

Existem dois tipos de hipertensão, a adquirida e a crônica. A primeira, pode ser causada por alguma doença, uso de medicações ou até mesmo algum evento estressante. Normalmente esses quadros isolados são tratados e não retornam. Contudo, também existe a condição crônica que surge por diversos fatores, genéticos e de estilo de vida, que vão se desenvolvendo ao longo do tempo e que pioram com o envelhecimento.  

Esse segundo tipo de hipertensão não tem cura, mas é possível ter uma vida normal controlando os níveis com medicação, mantendo uma alimentação saudável, reduzindo a ingestão de sódio e fazendo exercícios físicos. Pessoas sedentárias possuem muito mais risco de ter complicações do que aquelas que conseguem incluir em seu dia a dia alguma atividade física. 

Identificando os sintomas

Quando a pressão está abaixo de 12/8, a pessoa pode estar sofrendo de hipotensão ou pressão baixa. Normalmente os sintomas são: fraqueza, mal-estar, suor frio, pele fria, dificuldade para pensar com clareza, tontura e desmaio. 

O inverso, quando os valores ultrapassam o valor considerado normal, dizemos que a pessoa está com hipertensão ou pressão alta. Os sintomas são: dores de cabeça, zumbido no ouvido, tontura, agitação, mal-estar e palpitações, sangramento nasal e dores no peito. 

Caso tenha algum desses sintomas, é importante procurar um médico e realizar um check up para identificar as causas e verificar se há alguma outra doença que pode agravar a alteração arterial. Altos níveis de colesterol, triglicérides, diabetes ou obesidade, tabagismo ou consumo frequente de álcool e muito sal, podem trazer complicações.

É importante lembrar que muitos indivíduos não apresentam qualquer sintoma, ou seja, podem ter grandes variações na pressão arterial sem sentir qualquer sinal de alerta. Esse é o grande risco da hipertensão, pois sem procurar ajuda médica a pessoa pode ter complicações, como AVC (acidente vascular cerebral), problemas sérios na retina que podem evoluir para cegueira, insuficiência cardíaca e renal e, em casos mais graves, infarto.

Quem já foi diagnosticado com hipertensão deve verificar regularmente para acompanhar a evolução da doença. Se o valor da pressão ultrapassar 14 por 9, na maioria dos casos, o paciente que faz tratamento pode tentar equilibrar os níveis com uso de medicamentos receitados pelo médico. Todavia, se ultrapassar 18 por 12, o quadro é considerado um caso de emergência hipertensiva e o paciente deve procurar rapidamente um Pronto Socorro para evitar sérias complicações.

A hipertensão pode afetar todas as idades, mas é mais comum em pessoas na faixa acima dos 45 anos. Pessoas que estão acima do peso ideal, que sofrem de diabetes, têm altos níveis de colesterol e possuem mais propensão a terem pressão alta. O alto consumo de alimentos com sal, o consumo de bebidas alcoólicas com frequência e o cigarro pioram muito tal quadro.   

Outros fatores que influenciam a hipertensão, é a presença de doenças mentais como ansiedade e depressão. 

Tratamento

O SUS oferece gratuitamente o tratamento e os medicamentos para o controle da doença. De acordo com o site do Ministério da Saúde, foi lançada a  “Linha de Cuidado do Adulto com Hipertensão Arterial Sistêmica”, com o objetivo de divulgar mais informações sobre essa doença.  

Lá é possível saber mais, sobre como aferir a pressão corretamente para evitar valores errados. O paciente deve estar calmo e ficar em repouso cerca de 5 minutos. Deve estar de bexiga vazia e não ter praticado exercícios nos últimos 30 minutos. Deve se sentar com os pés descruzados e as costas encostadas. O braço deve estar na altura do coração com a palma voltada para cima.

Após identificado a doença, o médico prescreverá o tratamento mais adequado. Normalmente é indicado o uso de medicamentos anti-hipertensivos, diuréticos e vasodilatadores. Esses remédios costumam ser de uso contínuo, acompanhando a pessoa por toda a vida. Para evitar complicações, eles devem ser tomados na hora marcada e não devem ser descontinuados sem orientação médica. 

Além disso, é importante mudar o estilo de vida. Procurar manter uma alimentação saudável, com produtos naturais, legumes, verduras e frutas. Evitar comidas muito calóricas e ricas em açúcares. Também é importante reduzir a quantidade de sódio, evitar temperos prontos e produtos industrializados que normalmente têm grandes quantidades de sal.

A atividade física é uma grande aliada para quem é hipertenso. Além de ajudar a reduzir o peso, também ajuda na produção de endorfinas que melhoram o quadro dos pacientes que sofrem de estresses. Para quem não pode pagar uma academia, saiba que é possível manter o condicionamento físico sem gastar nada, realizando uma caminhada. Quem tem acesso à internet, pode utilizar aplicativos gratuitos que criam planos de exercícios de acordo com seu peso e as metas que pretende atingir. O tempo de treino varia de 10 a 30 minutos, o que facilita incluir essa atividade na rotina diária. Também há canais no Youtube que oferecem aulas gratuitas com exercícios e danças.  O ideal é procurar alguma atividade do seu interesse, que lhe dê prazer, e se esforçar para manter a frequência e a constância. Quando se tornar um hábito, você nem vai notar o esforço, mas seu corpo certamente vai perceber os benefícios.

Jornal Aborda

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