ONG de Osasco Trabalha para Acolher Crianças Expostas na Rua

 ONG de Osasco Trabalha para Acolher Crianças Expostas na Rua

Comemoração de 40 anos da instituição AMAMOS. Foto: Arquivo pessoal AMAMOS

Redação: João Vitor Monteleone e Thiago Fernandes – Estudantes de Jornalismo da ESPM

 

Em Osasco, os dados do Conselho Tutelar revelam um aumento significativo nas denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes. Em 2023, foram registrados 5.312 casos, um aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. Entre as principais violações estão negligência, violência física e psicológica, além de situações de exploração infantil. A cidade também registrou um aumento de 18% nos casos de crianças e adolescentes em situação de rua.

Tais números destacam a importância de iniciativas como a ONG AMAMOS, que busca oferecer um ambiente seguro e acolhedor para jovens em situação de risco. A organização funciona como um Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA), focando na proteção e cuidado dos acolhidos conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Atualmente, segundo a instituição, são acolhidas 35 crianças em duas casas, que recebem apoio de uma equipe de aproximadamente 50 funcionários nas áreas de pedagogia, psicologia, assistência social, enfermagem, administração, educação e serviços operacionais.

Em entrevista exclusiva concedida por Adriana Aparecida Gallo Ghiraldini, uma das diretoras voluntárias da organização, ela destacou que as crianças podem estar longe de suas necessidades quando vivem brincando na rua: “Em um lugar como a AMAMOS, a criança está protegida. Quando está na rua, ela pode estar brincando, mas está sem proteção, pode não estar indo para a escola, vendendo bala nos faróis.” Dois casos em Osasco comoveram a comunidade recentemente: em novembro de 2024, uma menina de dez anos foi baleada enquanto brincava em frente à sua casa no bairro Pestana, e em setembro de 2023, um adolescente foi encontrado com drogas e dinheiro no Jardim Elvira.

Outro ponto discutido foi o diferencial da ONG no acolhimento e vivências proporcionadas aos jovens: “Aqui as crianças vivem como se estivessem em uma casa com uma família. Elas têm cuidadores que cuidam das suas roupas, alimentação e saúde, frequentam a escola, participam de atividades no pré e pós-aula, e vão a terapias. Tudo que uma criança e um adolescente fazem em seus lares.” Além disso, a AMAMOS também oferece inserção no mercado de trabalho para os mais velhos, que participam de programas em parceria com o governo.

Adriana também comentou sobre os sentimentos envolvidos no trabalho da ONG: “É muito gratificante saber que existem espaços como os SAICAS, como a AMAMOS, que podem acolher essas crianças que foram negligenciadas em seus cuidados. Temos que compreender também a responsabilidade desse serviço e refletir sobre como prevenir esse abandono. É uma questão social, de políticas públicas para melhorar os serviços de atendimento às famílias. O melhor lugar do mundo para elas estarem é com suas famílias, porém essas famílias estão necessitando de apoio. Quando essa criança vai para a AMAMOS, somos convidados a refletir sobre todas essas questões.”

Rifas para captação de recursos
A AMAMOS realiza bazares e rifas para ajudar a complementar sua renda. Atualmente, a organização está rifando um iPhone 16 juntamente com um jantar pago no restaurante COCO BAMBU com o Tenente Coronel Aviador Ruy Flemming e uma AirFryer.

Vivian Domingues Mattos

Jornalista gaúcha. Formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atua na produção de reportagens com enfoque em temas de comportamento, saúde, cultura e direitos humanos.

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