O surgimento das batalhas de rimas no Brasil se deve a grande ascensão do gênero Hip-Hop nos anos 90. Essas batalhas consistem em disputas de versos, no qual os denominados “MC’s” se enfrentam, abordando diversas temáticas como forma de ataque. O vencedor é escolhido pelo próprio público, ou seja, aquele que realizar as melhores elaborações e execuções de versos junto com o apoio e votação da torcida. Essa prática cultural, geralmente, acontece em praças, pistas de skate, locais privados e espaços públicos dos municípios. Entretanto, somente em 2003, esse movimento passou a ter mais credibilidade como evento, além de uma melhoria na questão organizacional e regulamentativa.
O movimento possui um público mais jovem e periférico, e sua relação com a favela é essencial para compreendermos com totalidade sua importância no cenário negro e periférico. A maioria dos jovens imersos a uma realidade composta por opressões, discriminações e preconceitos utilizam desse meio artístico como fonte de expressão e abordam diversas temáticas e problemáticas presentes na nossa sociedade por meio da rima. Ademais, essa manifestação cultural negra funciona como válvula de escape e inspiração para evitar que crianças e adolescentes entrem na criminalidade.
As batalhas de rimas pioneiras desse movimento foram: Batalha do Conhecimento (São Paulo), Batalha do Santa Cruz (Rio de Janeiro) e Batalha da Roosevelt (São Paulo). Além disso, em 2003, foi criada a Liga dos Mc’s, em Belo Horizonte, pela Brutal Crew. A Liga foi uma das principais competições de freestyle do país, sendo televisionada na MTV Brasil e no programa Yo! MTV Raps. Nesse cenário foram revelados grandes artistas musicais, tais como Emicida, Rashid, Criolo, Fabio Brazza, Clara Lima, Azzy, Orochi e Xamã.
Sob esse viés, as batalhas de rimas vão muito além da troca de versos, emergindo como um poderoso instrumento de representatividade para as periferias. São espaços onde jovens expressam suas realidades, desafiam estereótipos e reivindicam sua voz contra injustiças sociais. Este movimento cultural está ganhando cada vez mais força e visibilidade, destacando a importância e o impacto das comunidades marginalizadas na cena artística e cultural. Elas não apenas empoderam, como também afirmam a presença e a necessidade das periferias em uma narrativa cultural mais ampla.
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