Mulheres representam apenas 14% na Câmara de Osasco e enfrentam barreiras para ocupar espaços de poder

 Mulheres representam apenas 14% na Câmara de Osasco e enfrentam barreiras para ocupar espaços de poder

Mulheres no senado. Fonte: Senado

Por: LuisaScandorilli

Data: 06.03.2023

A representatividade feminina na política de Osasco ainda enfrenta grandes desafios, especialmente no que diz respeito à presença de mulheres negras e periféricas nos espaços de poder. Na atual legislatura da Câmara Municipal de Osasco, composta por 21 vereadores, apenas 3 são mulheres, o que corresponde cerca de 14% do total. Este número é baixo, considerando que as mulheres representam mais de 50% da população de Osasco, segundo dados do IBGE.

Mulheres negras: ainda mais invisibilizadas

Entre as três vereadoras eleitas em São Paulo, nenhuma é negra. Isso reflete uma lacuna de representatividade das mulheres negras da cidade, as quais compõem uma parte significativa da população. De acordo com dados da Fundação Perseu Abramo, mulheres negras têm, em média, menos de 2% de representatividade no Congresso Nacional. Essa realidade se repete em municípios como Osasco, onde mulheres negras e periféricas enfrentam dificuldades ainda maiores para entrar e permanecer na política.

Embora as eleições de 2024 tenham registrado aumento no número de candidaturas femininas, o mapeamento das eleições de Osasco mostra que a maioria dessas candidatas não recebeu apoio efetivo de seus partidos. A falta de estrutura para campanhas e a distribuição desigual dos recursos partidários são fatores que limitam as chances de vitória de mulheres, especialmente das mais pobres e racializadas.

Machismo e preconceito ainda dificultam a participação

Além da ausência de incentivos financeiros, muitas candidatas enfrentam resistência dentro de seus próprios partidos, pois o machismo estrutural ainda predomina. A visão de que política é “coisa de homem” e a desconfiança da capacidade de gestão das mulheres seguem como obstáculos recorrentes para aquelas que tentam disputar espaço.

Apesar das dificuldades, movimentos feministas e coletivos periféricos de Osasco têm promovido formações políticas e ações de conscientização para incentivar a participação feminina nas próximas eleições. Debates sobre representatividade, cursos de formação política e articulações comunitárias são algumas das iniciativas que buscam fortalecer a presença de mulheres, especialmente negras e periféricas, nos espaços de decisão.

Perspectivas para o futuro

Com as eleições municipais de 2028 no horizonte, há uma expectativa de que novas lideranças femininas surjam das periferias da cidade, rompendo a lógica excludente da política local. No entanto, para que isso aconteça, será necessário que partidos, coletivos e a sociedade civil ampliem os mecanismos de incentivo e garantam condições reais para que essas mulheres possam concorrer de forma justa e ocupar o espaço que lhes é de direito.

Luisa Scandorilli

Estudante de jornalismo e amante de boas histórias <3

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *