Por: Luisa Scandorilli
Data: 27/09/24
Batizado pelas ruas da Zona Ouro como Maza, o poeta e escritor marginal impacta a juventude periférica com lançamentos de suas obras literárias nas escolas estaduais de Osasco. Além de poeta e escritor, Maza ainda atua na direção, gravação e edição de diversos videoclipes de Rap. O músico, compositor e rapper, lançou recentemente sua primeira produção musical solo independente: “Mundo cão”, publicada em todas as plataformas digitais.
De acordo com o artista, o começo da sua trajetória aconteceu aos dezesseis anos, quando começou escrever poesias e música. Ainda sem se apresentar, o intuito das primeiras criações era sua libertação.
Ao atingir a maioridade, Maza conseguiu uma bolsa para estudar Sociologia e Política em umas das instituições mais tradicionais das ciências sociais do país, com intuito de se tornar professor e passar adiante o conhecimento. Porém o universo acadêmico se mostrou um ambiente hostil, repleto de elitismo, racismo, machismo e outras opressões.
“Sempre lutei contra, então continuei os estudos com o intuito não só de lecionar, mas também de externalizar a revolta contra todas as estruturas coloniais do poder, e foi por meio da Literatura Marginal que essa expressão se tornou possível”, disse.
Nesse mesmo ano, o artista recitou duas poesias concluídas e interpretadas enquanto poeta. Tais obras abordavam temas fortes, atuais e enraizados na sociedade.
“A primeira delas foi uma crítica em geral às desigualdades sociais, que apresentei na semana do jovem trabalhador do CIEE, e a segunda foi um paralelo da obra de Conceição Evaristo, ‘PonciáVicêncio’, com a análise de como a escravatura foi um processo desumano nos seus 80 anos de abolição”, completou.
Aos 19 anos deu início a um projeto de vídeo poesias no Instagram, que mais tarde veio a se chamar “PóesiaMarginália”. No mesmo ano, fundou um grupo de Rap versátil que trafegava entre ritmos, harmonias e poesias da velha e nova escola, com a estética das ruas de Osasco.
Segundo Maza, o início do processo de ressignificar sua relação com a noite e se entender enquanto artista de rua, poeta marginal, profissional da boemia e educador popular, lhe rendeu a fundação da Associação Baobá.
A fundação, criada com ajuda de camaradas alinhados ao ideal de que o conhecimento liberta, implantou cursinhos populares nas periferias de Osasco com fins de democratizar o acesso ao ensino superior.
Conforme afirma o poeta, seus 22 anos marcaram o lançamento de seus dois livros de poesia: “O Livro Proibido do Ⓐmor”, com 13 poesias autorais sobre o amor livre, e a “Teoria do CHⒶ0$”, com 12 poesias autorais mesclando política e espiritualidade.
As obras foram publicadas pelo Instituto Aula Viva, uma editora independente que publica obras de poetas marginais de São Paulo.
Com o intuito de fomentar a sociabilidade entre artistas independentes, Maza ainda fundou a Associação dos Crias em Processo Criativo (ACPC), que organizou diversos eventos, entre eles shows e trocas entre a cena underground.
O poeta ainda se uniu a outros artistas da Zona Oeste de São Paulo para promover um sarau nos jardins da FESPSP, fundando o Sarau Zona Ouro. Esse coletivo de Literatura Marginal se consolidou como um espaço de expressões artísticas diversas, incluindo música, teatro e artes visuais.
Diante do sucesso coletivo, Maza precisou abandonar outros projetos para se dedicar integralmente ao Zona Ouro, atuando como poeta, articulador, produtor cultural, social midia, fotógrafo e produtor audiovisual.
Atualmente, aos 23 anos, Maza éconselheiro de cultura representante da Literatura, vice-presidente do ComCultura e organizador da 3ª Semana da Literatura de Osasco, que vai acontecer nas vésperas do equinócio de Primavera de 2024.
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