Kazinha do Pudim: a doce história de paixão, empreendedorismo e afeto em cada receita
Kazinha em sua loja.
Em Osasco, há doces que vão muito além do sabor — carregam histórias de coragem, dedicação e amor pelo que se faz. É o caso da Kazinha do Pudim, negócio fundado por uma empreendedora apaixonada por confeitaria que transformou uma receita de família em sucesso nos condomínios, feirinhas e eventos da região. Com mais de 25 anos de experiência na cozinha e nove anos dedicados ao empreendedorismo, ela prova que fazer o que se ama pode abrir portas e inspirar outras pessoas.
JA: Como começou a sua história com os pudins?
KP: Tudo começou há mais de 25 anos, quando uma amiga da minha mãe me passou uma receita de pudim e disse: “Faz que é muito bom, não vai leite condensado e nem parece!”. Resolvi testar… e realmente ficou uma delícia! 🍮 Desde então, todo mundo sempre pedia para eu fazer de novo.
JA: De onde veio a ideia de transformar essa paixão em um negócio?
KP: Minha história com os pudins começou há 9 anos, em um momento de dificuldade financeira. Eu e meu marido estávamos passando por uma fase desafiadora, e para ajudar no orçamento da casa, decidi fazer o que sempre me pediam nas festas, churrascos e almoços: pudim. As pessoas elogiavam muito e diziam que era o melhor que já tinham provado, então resolvi tentar vender no condomínio onde morávamos. Anunciei em um grupo de WhatsApp, ofereci alguns pedaços para o pessoal experimentar… e logo surgiram os primeiros pedidos.
JA: Você já trabalhava com confeitaria antes ou aprendeu por conta própria?
KP: Sou formada em Economia e trabalhei por muitos anos na área financeira, mas a paixão pela cozinha vem de família. Cresci ao lado da minha mãe, que era uma excelente cozinheira, mas não gostava muito de fazer doces. Então, ela sempre me pedia para preparar as sobremesas. Quando decidi começar a vender, busquei me aperfeiçoar e fiz um curso com um chef especialista em pudins. Foi assim que aprendi várias técnicas e como nunca mais errar.
JA: Você recentemente fechou um local, como foi essa experiência?
KP: Fiquei um ano e meio com um ponto de vendas no Open Mall The Square, na Granja Viana, funcionando de sexta a domingo. Foi uma experiência incrível, que trouxe muito aprendizado e a oportunidade de conquistar novos clientes. No entanto, tornou-se um desafio encontrar pessoas para trabalhar e manter o funcionamento constante do espaço. Não foi fácil, mas optei por encerrar o ponto físico e focar no delivery, que hoje me permite manter a mesma qualidade em cada pedido.
JA: E pretende abrir outro?
KP: No momento, não penso em abrir outro ponto de vendas fixo. Minha prioridade é continuar participando de feirinhas em condomínios, eventos e atendendo pelo delivery.
JA: Você acredita que é possível qualquer pessoa empreender?
KP: Acredito que empreender não é para qualquer pessoa. É um caminho desafiador, com altos e baixos, que exige resiliência, disciplina e dedicação. Mas é extremamente gratificante ver um sonho tomando forma através do próprio esforço.
JA: Tem alguma história diferente que já aconteceu na sua loja?
KP: Sim! Um casal parou no ponto de vendas no The Square para conhecer os pudins. Como sempre ofereço degustações, eles provaram alguns sabores e se encantaram. Antes de irem ao cinema, o rapaz pediu um pudim médio — que normalmente serve quatro pessoas — e disse para a namorada escolher outro, porque aquele ele comeria sozinho durante o filme.
JA: Como era o centro de Osasco para você?
KP: Na verdade, nunca vendi no centro de Osasco, mas participei por quase dois anos de uma feira na Vila São Francisco, perto do Shopping Continental. Ela acontecia um final de semana por mês e foi uma experiência incrível! Conquistei vários clientes e aprendi a apresentar meu pudim com carinho.
JA: Qual foi a situação mais complicada no processo de empreender?
KP: Sem dúvida, fechar o ponto de vendas. Abrir é sempre uma experiência animadora, mas fechar é diferente: gera dúvidas sobre se a decisão é a correta e exige muita reflexão.
JA: E se pudesse dar dicas para pessoas das suas vivências?
KP: Diria que, se você sabe fazer algo e quer que as pessoas conheçam, mas sente medo de começar, vá com medo mesmo! Não espere pelo momento “perfeito”. Comece com o que tem e vá aprendendo no caminho. O importante é dar o primeiro passo.
JA: Quais são seus planos para o futuro?
KP: Não penso em abrir uma loja própria, mas talvez fazer parcerias com alguns estabelecimentos. Minha paixão está nos pudins e cada um que faço é com carinho. Meu maior objetivo é conquistar cada vez mais pessoas, para que todos possam se deliciar com o pudim da Kazinha do Pudim.
Você viu dificuldade no nicho tão diferente?
KP: Não vejo dificuldade nesse nicho, porque o pudim é muito mais que uma sobremesa: é afetivo, acolhedor e agrada a todos — crianças, idosos, homens e mulheres.
Acredita que seu negócio também ajuda a inspirar outras mulheres da periferia a empreender?
KP: Com certeza! Para fazer pudim não é preciso investimento alto. É possível começar com o que se tem em casa.
A história da Kazinha do Pudim mostra que paixão e dedicação podem transformar um simples doce em oportunidade de vida. Entre sabores, desafios e aprendizados, ela inspira outros empreendedores — principalmente mulheres — a seguirem seus sonhos, provando que, com coragem e amor pelo que se faz, qualquer receita pode se tornar inesquecível.