O Governo Federal publicou na última quarta-feira (10) os editais do Concurso Nacional Unificado, que promete ser um “modelo inovador de seleção de servidores públicos”. São 6.640 vagas divididas em oito blocos temáticos, permitindo ao candidato concorrer a mais de um cargo. Dentre os objetivos desse novo formato estão a ampliação do acesso aos cargos públicos e a maior eficiência na aplicação das provas.
As inscrições podem ser feitas através da conta de acesso no GOV.BR entre os dias 19 de janeiro e 9 de fevereiro.
A taxa de inscrição para os cargos de nível médio é R$ 60,00, enquanto para os de nível superior o valor é de R$ 90,00. Entretanto, existe a possibilidade de isenção para candidatos de baixa renda inscritos no CadÚnico, doadores de medula óssea, bolsistas ou ex-bolsistas do ProUni e aqueles que são ou foram financiados pelo FIES.
A realização da prova está prevista para o dia 5 de maio e a divulgação dos resultados para 30 de julho. Confira o cronograma completo aqui.
As 6.640 vagas ofertadas estão distribuídas entre 21 órgãos públicos e compõem oito blocos temáticos, com diferentes especialidades. São 5.948 cargos de nível superior, ou seja, que exigem uma graduação, e 692 de nível médio. Haverá também reserva de vagas: 5% para pessoas com deficiências, 20% para pessoas negras e 30% para indígenas nos cargos da FUNAI.
O governo também promete disponibilizar, em breve, canais de atendimento para auxiliar os candidatos com as inscrições, tanto de forma online quanto presencial.
O que é o Concurso Nacional Unificado?
De forma simplificada, trata-se de um concurso público único para diversos cargos nos 21 órgãos públicos participantes, abrangendo um grande número de áreas profissionais. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, o CNU faz parte da reconstrução do Estado brasileiro e de uma tentativa de democratizar o acesso da população aos cargos públicos, diversificando os servidores e promovendo uniformidade e equidade, uma vez que a prova será realizada em 220 cidades por todo o Brasil, incluindo Osasco (confira aqui a lista completa de cidades participantes).
O novo modelo traz maior eficiência à gestão, pois um número grande de vagas será preenchido de uma só vez, diminuindo os custos que outros processos trariam. Além disso, o candidato também será beneficiado uma vez que, com apenas uma inscrição, poderá concorrer a diversas vagas. Em entrevista coletiva, o ministério afirma que a expectativa é de três milhões e meio de inscritos e que futuros CNU ocorram de dois em dois anos.
Como funciona o CNU?
Como mencionado anteriormente, as vagas estão distribuídas em oito blocos temáticos, mas o que são esses blocos? São as áreas de atuação do Estado e o perfil profissional e especialidades desejadas para os cargos. Alguns deles exigem uma formação específica, enquanto outros permitem mais de uma especialidade ou áreas de atuação, abrangendo um número maior de formações. Nesse contexto, o candidato deve se atentar ao escolher um cargo: é fundamental, além de apresentar a especialidade exigida, ter afinidade com as áreas de conhecimento relacionadas, uma vez que o conteúdo programático de cada prova estará alinhado com as especialidades. Por isso, é indispensável uma leitura cuidadosa do edital.
Confira aqui os blocos temáticos e a distribuição dos cargos e aqui os editais de cada bloco.
Outra característica do CNU é a possibilidade de concorrer para mais de um cargo dentro de um mesmo bloco temático. O candidato, ao realizar a inscrição, pode ordená-los de acordo com seu interesse. Desta forma, ele poderá ser chamado para outras vagas conforme sua classificação na prova, podendo, inclusive, concorrer a todos os cargos do bloco. Alterações poderão ser realizadas até o último dia das inscrições, 9 de fevereiro.
Por fim, os candidatos também poderão ser chamados para funções temporárias enquanto aguardam na lista de espera para as vagas que optaram. A prova tem validade de 12 meses, podendo ter esse período prorrogado.
Como será a prova?
Ela será realizada em dois turnos. No período da manhã, para candidatos de nível superior, serão aplicadas a prova objetiva de conhecimentos gerais, com 20 questões, e a prova discursiva de conhecimentos específicos do bloco. Para os de nível médio, serão aplicadas a prova objetiva, com 20 questões, e a redação. Já no período da tarde, o primeiro grupo fará a prova objetiva de conhecimentos específicos, com 50 questões, e o segundo realizará outra prova objetiva, com 40 questões.
É importante analisar o conteúdo programático do edital do bloco temático de escolha para que, dessa forma, o candidato possa estudar as matérias de maior peso para o cargo pretendido.
Dicas de especialista
O especialista em concursos Antônio Batista afirma ao jornal O Globo que a tendência é que o Bloco 7 chame a atenção de mais candidatos, uma vez que apresenta um número maior de vagas. Portanto, a concorrência poderá ser maior. Entretanto, a escolha do cargo deve ser feita conforme afinidade do candidato com a especialidade para que, assim, ele não enfrente grandes problemas ao realizar as questões específicas. Além disso, os pesos de cada conteúdo variam de acordo com a área de atuação, dessa forma o concurseiro pode fazer um planejamento de estudos personalizado para o seu bloco.
Outras dúvidas
Caso restem dúvidas, o Governo Federal responde algumas aqui. Além disso, acompanhe a página oficial do CNU para novas atualizações e possíveis alterações no cronograma.
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