Falta de acesso à saúde causa dor e sofrimento a morador de Osasco

 Falta de acesso à saúde causa dor e sofrimento a morador de Osasco

Hospital Regional de Osasco. Foto: Governo do Estado de São Paulo/Wikimedia Commons

Alexandre Mateus Klenque, 49 anos, vive um drama diário pela falta de atendimento adequado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2018, ele tenta, sem sucesso, conseguir atendimento de um neurologista e de um neurocirurgião para tratar um problema sério na coluna, agravado pelo vencimento de um implante colocado há duas décadas.

A peça em questão, uma espécie de mola de atleta, foi implantada para tratar uma doença rara e agora precisa ser substituída. No entanto, o sistema de saúde pública tem sido ineficiente e negligente com o caso do paciente, que relata ser empurrado de um serviço para outro, sem nunca obter a ajuda necessária. “Já fui na Santa Casa, nas Clínicas, em todo lugar. Me mandam procurar o médico que me operou na época, mas ele era de clínica particular, e me mandam arrumar os médicos no SUS. Aí, ele tira a peça, mas é um jogando para o outro”, desabafa.

A situação é agravada pelo fato de que, devido às dores intensas, ele não consegue manter um emprego fixo. “Tem dias que passo na cama, sinto muitas dores. Sou obrigado a fazer bicos, porque não consigo trabalhar direito”, conta Alexandre. Ele não consegue ficar muito tempo em pé e faz trabalhos pontuais como faxineiro. Atualmente, vive em um barraco improvisado, junto com animais resgatados da rua.

Apesar de buscar ajuda em diversas unidades de saúde, a resposta tem sido sempre a mesma: não há vagas. “Fui ao posto de saúde, e a mulher fez certinho o pedido, mas na Policlínica Zona Norte, falaram que não tem neuro. Tem, mas não tem vaga. E nisso eu fico esperando até hoje. Ninguém me liga, ninguém fala nada”, relata. O paciente também já teve pedidos de aposentadoria negados, mesmo com laudos que comprovam a gravidade da sua situação.

Durante a pandemia, a situação ficou mais complicada. Ele perdeu a vaga para a cirurgia necessária e, agora, não sabe quando vai conseguir. “No passado, fui em todo lugar. Na Secretaria da Saúde, para conseguir uma ressonância. Consegui, graças a Deus, no hospital regional, porque um médico me ajudou. Mas depois, precisava da cirurgia e não consegui até hoje”, explica.

Enquanto isso, Alexandre continua vivendo com dores constantes e sem perspectiva de melhora. “Tem dia que não me levanto da cama, não consigo, por causa da dor, entro em depressão”, desabafa.

Thais Morimoto

Estudante de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP) e estagiária na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi vice-presidente e repórter na Jornalismo Júnor, onde já atuou também nas áreas de assessoria de imprensa e comunicação visual.

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