Estudar e trabalhar na periferia de Osasco: a rotina desigual que desafia jovens em busca de futuro
Entre o cansaço, o transporte precário e a falta de tempo, jovens trabalhadores de Osasco enfrentam a dupla jornada para conquistar oportunidades — e sonham com uma educação mais acessível.
Conciliar o trabalho com os estudos ainda é um desafio diário para milhares de jovens da periferia de Osasco. Assim como mostra uma reportagem do G1 Ceará, há, no Brasil, quase 8 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que estudam e trabalham. Muitos o fazem não por escolha, mas por necessidade: é a única forma de contribuir com a renda familiar e, ao mesmo tempo, tentar construir um futuro melhor.
O estudante Luís Henrique, citado na reportagem, resume o sentimento de tantos outros jovens brasileiros: “A gente precisa fazer esse sacrifício para poder estudar e trabalhar. Muitos jovens estudam e trabalham porque precisam. A gente tem muita desigualdade social.” Em Osasco, essa desigualdade é visível nas longas distâncias até escolas e universidades, nos turnos noturnos e nas oportunidades que nem sempre chegam às periferias.
Nos bairros mais afastados, como Munhoz Júnior, Rochdale e Jardim Veloso, é comum encontrar jovens que saem de casa antes das 6h e só retornam depois das 23h. Muitos trabalham em comércios locais, estágios ou serviços informais para garantir o básico. O resultado é o esgotamento e, muitas vezes, o abandono escolar. Educadores relatam que o cansaço é visível em sala de aula — há alunos que dormem durante as aulas depois de uma jornada de trabalho noturna. O desafio é manter o foco na escola quando a urgência da renda pesa mais do que o diploma.
Em meio a esse cenário, a criação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Osasco surge como um marco de esperança. O prédio que antes abrigava a Unifesp, no Jardim das Flores, será totalmente reformado para receber o novo campus a partir de 2026. A nova unidade deve oferecer 1.400 vagas gratuitas, com cursos técnicos e integrados ao ensino médio. O reitor do Instituto Federal, Silmário Santos, destacou que o projeto busca atender especialmente jovens em vulnerabilidade social, oferecendo bolsas para evitar a evasão.
“Será mais uma oportunidade de formação para jovens carentes se prepararem para o mercado de trabalho”, afirmou o reitor. Com a chegada do Instituto, Osasco se aproxima de uma educação técnica pública de qualidade — algo essencial para reduzir as desigualdades entre os estudantes da periferia e os dos centros urbanos. Além da ampliação do ensino técnico, a cidade tem apostado em iniciativas de inserção profissional.
O Programa Começar, criado pela Prefeitura em 2022, já contratou 100 jovens de 18 a 24 anos para atuarem em escolas municipais. Voltado a jovens negros ou pardos de famílias de baixa renda, o projeto oferece bolsa-auxílio de R$ 700, vale-transporte e cursos de capacitação. Segundo o secretário de Emprego e Renda Gelso Lima, o programa é uma porta de entrada para o mercado formal: “Mais do que uma bolsa, é uma oportunidade de futuro. Muitos jovens que participaram hoje estão empregados em grandes empresas.”
Apesar dessas iniciativas, a desigualdade ainda dita o ritmo da vida estudantil nas periferias. Muitos jovens seguem precisando escolher entre trabalhar para sobreviver ou estudar para crescer. A educação gratuita e acessível ainda não alcança todos — mas os avanços em Osasco mostram que caminhos estão sendo abertos. Enquanto o corpo pede descanso, a mente desses jovens segue desperta — movida pela esperança de um futuro em que estudar e trabalhar não seja um sacrifício, e sim um direito garantido.
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