Enem 2023: Estudantes se revoltam com discrepâncias nas notas

 Enem 2023: Estudantes se revoltam com discrepâncias nas notas

Matéria escrita por Thony Azevedo.

Estudantes de todo o país expressam indignação diante de aparentes inconsistências nas notas do Enem 2023, recém-divulgadas. Alguns relatos apontam diferenças significativas entre a quantidade de acertos e as pontuações finais, levantando dúvidas sobre a correção das provas e o uso da Teoria de Resposta ao Item (TRI).

No entanto, Thassiane, uma das estudantes afetadas, obteve 34 acertos em Linguagens e 39 em Ciências Humanas, mas suas notas foram 370,5 e 356,9, respectivamente. Em seu perfil no antigo Twitter, ela expressou frustração: “Esse foi meu terceiro Enem, tentando Medicina. Fiz simulados o ano todo com gabarito justamente para não ocorrer erros como passar para o gabarito errado ou marcar a prova errada. Eu só queria que as notas fossem corrigidas de maneira compatível com minha quantidade de acertos.”

Além disso, outro estudante, Miguel, acertou 41 das 45 questões de Linguagens, mas sua pontuação foi de 323,4. Em sua conta no Twitter, ele desabafou: “Isso é muito injusto, estou completamente desolado.” A situação não é única, já que outros estudantes relatam problemas semelhantes. Uma estudante obteve 30 acertos em Linguagens e 29 em Ciências Humanas, resultando em notas de 460,5 e 554,3, respectivamente. Outra, com 38 acertos em Linguagens, recebeu uma nota de 499,1.

Para esclarecer as discrepâncias, recorremos aos dados estatísticos do professor Frederico Torres, disponíveis em seu Instagram. Torres analisou a relação entre a quantidade de acertos e as notas, utilizando a TRI. Esta considera não apenas o número de acertos, mas também o padrão de respostas dos estudantes, explicando por que dois alunos com o mesmo número de acertos podem obter notas diferentes.

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Como recorrer das notas: passo a passo

Diante das preocupações e insatisfações dos estudantes em relação às discrepâncias nas notas do Enem 2023, o Ministério da Educação oferece um canal para os candidatos que se sentirem injustiçados buscarem uma reavaliação de suas provas objetivas. Assim, seguindo alguns passos simples, é possível entrar com um pedido de revisão e esclarecimento junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

Além disso, para os estudantes que desejam questionar suas notas, o processo é o seguinte:

  1. Acesse o site oficial do Ministério da Educação pelo link: https://mec.gov.br. 
  2. Desça até o final da página e procure pela opção “Fale Conosco” na lista dos canais de atendimento. 
  3. Na nova página que se abrirá, clique em “Acesse o Fale Conosco do MEC”. 
  4. Uma nova aba será aberta. Nessa página, selecione “05-INEP-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira”. 
  5. Escolha como assunto “Enem”, o serviço “Enem 2023”, e, em seguida, “Resultados”. 
  6. . Selecione a opção “Não concordo com a minha nota da prova objetiva, como recorrer?”. 
  7. Será aberta uma nova página com informações adicionais sobre o processo de recurso. Novamente, escolha “Não concordo com a minha nota da prova objetiva, como recorrer?”. 
  8. Nesse ponto, será necessário fazer o login utilizando sua conta no gov.br. Caso não tenha uma, será preciso criar uma conta. 
  9. Após o login, siga as instruções para preencher o formulário de recurso. Anexe os prints ou documentos que explicam a sua solicitação de reavaliação.
  10. Ao finalizar, você receberá um protocolo de confirmação do seu processo por e-mail.

Agora, basta aguardar a resposta do atendente do INEP. É importante ressaltar que esse procedimento visa proporcionar uma oportunidade aos estudantes de esclarecerem dúvidas e contestarem eventuais equívocos na correção de suas provas.

Desdobramentos

Vocês lembram da Thassiane, no início da matéria? Ela obteve sucesso ao seguir o procedimento de recurso disponibilizado pelo Ministério da Educação. Após entrar com o pedido de reavaliação, suas notas foram ajustadas no sistema, passando de 370,5 para 627,5 no bloco de Linguagens e de 356,9 para 673,1 no bloco de Ciências Humanas.

Em sua conta no X (antigo Twitter), Thassiane compartilhou a boa notícia e expressou sua satisfação: “Provavelmente não passo (em Medicina), mas ainda sim pelo menos está mais de acordo com os meus acertos.” Esse caso de sucesso ressalta a importância do processo de recurso para corrigir eventuais equívocos na avaliação das provas.

Para estimular outros estudantes que possam ter enfrentado situações semelhantes, é crucial destacar que o recurso é uma ferramenta eficaz para buscar a revisão das notas. O passo a passo previamente mencionado pode ser uma oportunidade para os candidatos obterem resultados mais justos e condizentes com seu real desempenho nas questões objetivas.

A história de Thassiane demonstra que a mobilização dos estudantes e a utilização dos canais oficiais de recurso podem fazer a diferença na busca por uma avaliação mais precisa e justa. Enquanto o Ministério da Educação não se pronuncia oficialmente sobre as discrepâncias nas notas do ENEM 2023, os estudantes podem fazer ouvir suas vozes, resultando em correções necessárias.

Conclusão

A polêmica em torno das notas do Enem 2023 levanta questões sobre a transparência do processo de correção e a aplicação efetiva da TRI. O Ministério da Educação ainda não se pronunciou sobre o assunto, deixando os estudantes em busca de respostas e uma possível revisão das notas.

A comunidade acadêmica aguarda esclarecimentos por parte do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira para compreender as razões por trás das disparidades nas pontuações, enquanto os estudantes afetados clamam por justiça na avaliação de seus desempenhos.

Jornal Aborda

2 Comments

  • Muito interessante a matéria, gostei muito. Seu jeito de abordar o tema escolhido, desperta o interesse de ler mais sobre o assunto. Não é justo esse erro na média do INEP, pq isso está influenciando diretamente o Sisu, uma vez que como essas médias nos blocos e consequentemente a média geral estão abaixo do que realmente deveria, prejudica os estudantes a entrarem na universidade. É simplesmente um absurdo!

  • Excelente matéria! O texto fornece um guia claro e detalhado para os estudantes que enfrentam possíveis divergências nas notas e explica passo a passo o processo de recurso. Bom depois dessa abordagem fiquei até com o pé atrás em fazer o Enem… Realmente colocou em jogo a transparência do processo de correção e a necessidade de esclarecimentos por parte do Ministério da Educação, mas enfim como cabe recurso será um passo em pró do estudante. Parabéns pela qualidade jornalística!

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