Empreededoras – Foto: Designed by Freepik
De acordo com dados do Data Favela, mais de 17,9 milhões de brasileiros vivem em comunidades. Cerca de 50% dos moradores decidem empreender como uma saída para sobreviver ao desemprego. Eles somam 5,2 milhões de empreendedores que fazem circular R$ 202 bilhões de reais por ano. São muitas as razões que fazem as pessoas iniciarem um negócio próprio. 70% da população abaixo da linha da pobreza é negra. 46% das pessoas empreendedoras negras abriram seu próprio negócio por necessidade. Segundo a Agência Nacional (ANF) das favelas fatores como discriminação racial e econômica, baixa escolaridade e poucas oportunidades de competir em igualdade, baixa remuneração fazem com que as pessoas escolham o empreendedorismo como saída para superar as dificuldades sociais
Desafios da Mulher Negra no Brasil
Além dos desafios já mencionados, as mulheres encontram muitas dificuldades em ingressar no mercado de trabalho e conseguir uma boa remuneração. No Brasil, são poucas que conseguem ascender profissionalmente na carreira e ocupar cargos de liderança nas organizações.
Vale lembrar que mesmo hoje em dia, ainda há relatos de mulheres que tem sofrido assédio e discriminação por parte de seus empregadores. O preconceito ainda é algo a ser superado pela nossa sociedade, e é ainda mais cruel com as mulheres negras, LGBTQIA+ ou que tenham algum tipo de deficiência. Além disso, as mulheres também precisam se adaptar à dupla jornada de trabalhar fora e cuidar da casa e dos filhos. Isso acaba impedindo que elas possam voltar a estudar e realizarem cursos de aperfeiçoamento profissional.
Por estas razões, é tão importante que a sociedade incentive os projetos de empreendedorismo feminino no Brasil, para que haja principalmente maior valorização e empoderamento da mulher negra no mercado de trabalho.
Violência contra mulher – Foto: Designed by Freepik
A pandemia e a violência contra as mulheres
A pandemia aumentou as disparidades sociais e trouxe à tona conflitos da vida privada das pessoas. O longo período de isolamento social, somado ao grande número de pessoas habitando casas com pequenos cômodos e sem reservas econômicas para se manterem, obrigaram procurar formas alternativas de sustento resultando no aumento dos casos de violência doméstica.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente uma em cada três mulheres em todo o mundo já sofreram violência física e/ou sexual por parte do parceiro ou de terceiros durante algum período da vida. Este ainda é um grande problema de saúde pública e as medidas de proteção à violação dos direitos humanos das mulheres ainda são insuficientes para solucionar essa situação. O preconceito contra a mulher está fortemente ligado a fatores históricos de raça e gênero.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos primeiros meses da pandemia houve um aumento de mais de 22% nos casos de feminicídio em 12 estados do país. Dados do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) revelam que 73% das vítimas são negras, e as moradoras da periferia encontram mais dificuldades em conseguir atendimento.
Um dos fatores que impedem as mulheres de denunciarem seus agressores é a dependência financeira de seus parceiros. Em caso de mulheres com filhos, essa decisão pode influenciar diretamente no sustento da família. Muitas pararam de trabalhar para cuidar da casa, outras não conseguiram completar seus estudos, todas possuem receios e incerteza se serão capazes de se manterem sozinhas. Desta forma, faz se necessário criar programas que deem apoio psicológico para que possam superar o trauma e reconstruir suas vidas com mais esperanças. E programas que ajudem e a retornarem ao mercado de trabalho.
Homem desempregado – Foto: Designed by Freepik
O desemprego e a depressão
Todos os fatores mencionados, ocasionam no aumento de transtornos mentais, tais como ansiedade, depressão, falta de perspectiva de um futuro melhor, preocupações com desemprego, conflitos familiares constantes, além de serem vítimas de violência. Vale lembrar que a população das comunidades também foram as mais impactadas com a redução de renda durante a pandemia. Muitos foram demitidos, ou tiveram que se sustentar com subempregos.
Muitas pessoas têm encontrado uma saída para o desemprego montando seus próprios negócios. Cabeleireiros, pequenos restaurantes, artesãos, vendedores, profissionais de estética e beleza, tem multiplicado, mas administrar o próprio não é tarefa fácil. A falta de conhecimento técnico acaba sendo um dos obstáculos a serem vencidos por estes jovens empreendedores.
Apenas a educação pode ajudar a transformar essa realidade. Dados do Instituto locomotiva, dizem que 91% negros relatam ter sofrido discriminação ao conseguir emprego. Jovens de 18 anos ou mais ganham menos que os brancos. E 85% dos negros que residem nas comunidades não acreditam que terão chance em ingressar num curso superior.
Para solucionar os problemas, iniciativas como a do Sebrae, Fundação Bradesco e Serasa Experience surgiram para trazer conhecimento técnico, apoiando os micros e pequenos empreendedores nessa jornada.
Contudo, nenhum conhecimento é suficiente se o indivíduo estiver sofrendo de algum transtorno como ansiedade ou depressão. Essas doenças tão comuns na atualidade, sugam as energias, podem os sonhos e impedem que as pessoas consigam atingir seus objetivos.
Visando solucionar essa lacuna, o Projeto Base oferece apoio psicológico gratuito às pessoas das comunidades de Osasco e oferece cursos, oficinas e mentorias. Essa iniciativa promove a troca de experiências entre as pessoas das comunidades e profissionais renomados em diversas áreas do mercado.
Cursos do Projeto Base
Os cursos oferecidos pelo Projeto Base abrem novas portas para os jovens, principalmente para aqueles que ainda não encontraram o primeiro emprego.
Um exemplo é a aluna Raissa Cristine Franco Silva, estudante de 17 anos, moradora de Padroeira em Osasco, que contou que conheceu o programa através de amigos. Ela queria fazer cursos profissionalizantes, mas não conseguia encontrar opções com valores acessíveis. Depois que conheceu o programa, participou de diversas atividades, entre elas da Oficina de Extensão de cílios e dos cursos de Marketing Digital/Publicidade e Mídias Sociais. Disse que o curso trouxe uma ideia mais clara sobre as áreas em que pode atuar futuramente. De todos eles, o curso de marketing digital foi o que ela mais se identificou.
Seus familiares ficaram muito satisfeitos em saber que ela estava estudando. Como só tem 17 anos, ainda não pensou em montar o seu próprio negócio, mas com os conhecimentos adquiridos na Oficina de Extensão de Cílios, pode realizar os procedimentos em sua irmã e em suas amigas, desta forma, espera ganhar experiência, para poder transformar essa atividade em uma renda extra.
Diego Quirino de Andrade, estudante de 17 anos, morador de Vila Isabel em Osasco, conta que ficou sabendo através do seu irmão que o projeto oferecia cursos gratuitamente. Queria poder estudar mais e, entre outras atividades, participou dos cursos de Marketing Digital, Excel/Power Bi/ Data Analytics e Supply Chain e Cadeia de Suprimentos. Ele pretende finalizar os estudos e acredita que os cursos vão ajudá-lo a ter mais chances de encontrar um bom emprego. Ele, assim como muitos jovens da atualidade, estava sofrendo de ansiedade. O programa proporcionou a chance de ter apoio psicológico gratuito, ajudando a superar essa fase e a pensar com mais clareza. Sua avó ficou muito feliz em saber que o neto estava tendo oportunidade de participar de cursos como estes. Segundo ele, essa foi uma experiência muito positiva, que ele vai levar para vida toda.
Já Stephanie Martins, estudante universitária do curso de Logística, moradora de Padroeira em Osasco. Ficou sabendo através de conhecidos, queria aprimorar seus conhecimentos para retornar ao mercado de trabalho. Além disso, também poderia utilizar a carga horária cursada como atividade completares na faculdade. O que mais gostou de participar, foram das mentorias, pois abordaram muitos temas interessantes e relevantes para sua vida. Entre outras atividades oferecidas pelo programa, Stephanie participou dos cursos de Marketing Digital/Publicidade e Mídias Sociais e Supply Chain e Cadeia de Suprimentos.
Embora ainda não tenha conseguido uma recolocação profissional, acredita que os conhecimentos adquiridos agregaram valor em seu currículo. Além disso, também pode ter apoio psicológico para vencer a depressão, problema que afeta centenas de pessoas no mundo todo e que pode se tornar um grande empecilho na hora de encontrar um novo emprego. Com os cursos pretende conquistar um bom emprego e oferecer uma vida melhor para suas duas filhas. Ela já trabalhou por conta própria comercializando produtos de sex-shop, atividade que durante algum tempo garantiu uma renda extra para ela e a sua família. Pensa em um dia montar seu próprio negócio, mas por enquanto está focada em terminar a graduação. Pensa que seria muito interessante se algum investidor social pudesse oferecer aulas de inglês, pois este é um requisito solicitados por muitas empresas. Segundo ela, o curso trouxe inúmeros benefícios para sua vida. Ela pode conhecer outras pessoas, nas quais ainda mantém contato e trocam informações sobre cursos e mentorias que acontecem. Através do curso, adquiriu novos conhecimentos e hoje se sente mais preparada para encontrar um novo trabalho.
Todas essas pessoas possuem talentos natos, tais como comunicação, habilidade de negociação e venda, prática com atividades manuais e produção de produtos artesanais, e que muitas vezes não são percebidas ou estimuladas. O programa através de seus cursos dá oportunidades de se profissionalizar, cuidar da saúde e garantir uma vida melhor.
ONDE SE INFORMAR
Endereço: R. Dr. Mariano Jatati Marcondes Ferraz, 260 – Centro, Osasco – SP, 06097-010, Brasil –
Tel.: (11) 3177-4831/96470-8361
Cursos gratuitos: Empreendedorismo e Inovação, Estratégia de Negócio; Responsabilidade Social e Empreendedorismo.
Mentoria PME: conteúdos gratuitos para impulsionar a sua empresa.
Conteúdos E-books gratuitos sobre Inovação e empreendedorismo.
Programa: Fundo de Empreendedorismo Negro, promoção da autonomia e sustentabilidade de pessoas negras em diversas áreas econômicas.
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