Nas escolas da periferia, um novo jeito de aprender está mudando a vida de muitos estudantes. Mais do que decorar fórmulas e datas, os jovens estão sendo incentivados a criar, inovar e transformar suas ideias em soluções práticas para os problemas do dia a dia. É o empreendedorismo entrando nas salas de aula e plantando sementes de um futuro diferente.
Essa abordagem busca desenvolver habilidades essenciais como criatividade, inovação e resiliência, preparando os alunos para enfrentar os desafios de um mercado de trabalho cada vez mais exigente e dinâmico. O mundo mudou, e o ensino tradicional já não basta. Agora, é necessário formar jovens com autonomia, iniciativa e capacidade de resolver problemas.
Empreender vai muito além de abrir um negócio. É sobre ter uma mentalidade que incentiva a proatividade, o trabalho em equipe e o pensamento crítico. Introduzir o empreendedorismo nas escolas de periferia significa capacitar esses estudantes para serem agentes de transformação, tanto em suas comunidades quanto na sociedade em geral.
Nos últimos anos, especialmente após a crise econômica causada pela pandemia, o número de novos negócios cresceu no Brasil. No primeiro trimestre de 2022, foram abertas mais de 1,3 milhão de empresas, e boa parte delas surgiu nas periferias. Movidos pela necessidade e pelo desejo de mudar suas realidades, muitos moradores criaram seus próprios negócios, gerando renda e emprego local.
Entretanto, a realidade de empreender na periferia é desafiadora. Embora as políticas públicas incentivem o empreendedorismo, nem sempre essas áreas recebem os investimentos necessários. O preconceito e a falta de reconhecimento ainda dificultam o crescimento desses negócios, que, apesar de inovadores e criativos, muitas vezes não têm o apoio adequado.
Além do capital, há outras formas de suporte, como consultorias, acesso a ideias e networking, que ajudam os empreendedores a se desenvolverem. O acesso à internet, por exemplo, se tornou essencial para quem deseja divulgar sua marca ou trabalhar em negócios digitais. No entanto, a desigualdade digital também é uma barreira que precisa ser superada.
Empreender é um dos maiores sonhos de quem vive nas favelas. Segundo uma pesquisa do instituto Data Favela, pelo menos seis milhões de moradores planejam abrir seu próprio negócio nos próximos anos. Esses empreendimentos, que movimentam mais de R$100 bilhões por ano nas favelas brasileiras, mostram o enorme potencial econômico dessas áreas.
Ser dono de um negócio nas periferias não é apenas sobre ganhar dinheiro. É sobre liberdade e a chance de mostrar que, mesmo com menos recursos, é possível inovar e competir com grandes empresas. No entanto, para que esses sonhos se tornem realidade, é fundamental que, além de incentivos ideológicos, haja suporte real, com crédito, capital, equipamentos e treinamento adequado para a gestão dos negócios.
O empreendedorismo nas escolas de periferia está abrindo portas para que os jovens não só imaginem um futuro melhor, mas também o construam com suas próprias mãos.
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