Educação pública em Osasco: entre reformas e desigualdades

Por Maria Cipriano
Ampliação da rede municipal contrasta com desigualdades nas periferias
Nos bairros periféricos de Osasco, a educação pública vive entre conquistas e desigualdades. Enquanto a prefeitura amplia e reforma unidades escolares, como a Creche Lídia Thomaz, no Jardim D’Abril, dados sobre matrículas revelam que o acesso pleno à educação básica ainda enfrenta barreiras estruturais e sociais.
A maior parte das matrículas está concentrada nas escolas municipais urbanas, que somam mais de 35 mil estudantes. Por outro lado, não há registros de matrículas em áreas rurais, e as unidades estaduais representam uma parcela menor do total. Dessa forma, embora a rede municipal tenha crescido nos últimos anos, as oportunidades educacionais seguem distribuídas de forma desigual — especialmente nas periferias. Além disso, essas regiões ainda sofrem com carência de infraestrutura escolar e acesso limitado à tecnologia.
Creche reformada no Jardim D’Abril simboliza investimento
Em fevereiro de 2024, a Prefeitura de Osasco entregou a reforma da Creche Lídia Thomaz, na Rua Tomé de Souza, 453, Jardim D’Abril. A unidade, localizada na zona oeste, uma das regiões com maior déficit de vagas, passou por troca de pisos e janelas, revisão elétrica e hidráulica, pintura e melhorias no playground, segundo nota oficial da administração.
De acordo com informações publicadas no site da Prefeitura de Osasco, o prefeito Rogério Lins destacou que o objetivo é “transformar a educação de Osasco em um dos melhores sistemas educacionais do país”.
Já o secretário Cláudio Piteri afirmou, também em nota da administração, que o município “foi reconhecido pelo Governo do Estado como uma das cidades que mais avançaram na alfabetização”.
A realidade nas bordas da cidade
Apesar dos avanços, a expansão de vagas ainda não acompanha o crescimento populacional das regiões periféricas. A cada ano, novas famílias chegam em busca de moradia mais acessível. Consequentemente, a demanda por escolas cresce mais rápido do que a capacidade de atendimento da rede pública.
Em bairros como o Jardim D’Abril, Munhoz Júnior e Jardim Veloso, muitas escolas ainda funcionam em tempo parcial. Além disso, o acesso à internet e a equipamentos digitais continua restrito, o que amplia a desigualdade educacional.
Para Camila dos Santos, moradora do Jardim D’Abril e mãe de duas crianças, a reforma trouxe alívio, mas não resolveu tudo: “Agora a escola está linda, mas ainda falta espaço pra mais crianças. Tenho vizinha que não conseguiu vaga este ano. A gente fica feliz, mas sabe que o problema é maior”, conta.
Entre dados e vozes
Em síntese, os números oficiais e as vozes da periferia mostram que o desafio da educação pública em Osasco vai além das reformas estruturais. Portanto, garantir acesso igualitário, com qualidade e permanência, continua sendo o maior teste de uma política pública que busca equilibrar avanços institucionais e realidades desiguais.
Fontes
– Prefeitura de Osasco – Educação entrega reforma de creche no Jardim D’Abril (https://osasco.sp.gov.br/osasco-entrega-reforma-de-creche-no-jardim-dabril/)
– Dados de matrículas por rede de ensino em Osasco (2024)
(https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mec-n-650-de-18-de-setembro-de-2025-657776890)
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