Documentaristas da Quebrada refletem sobre a importância da preservação do audiovisual nas periferias

 Documentaristas da Quebrada refletem sobre a importância da preservação do audiovisual nas periferias

 

O audiovisual é a combinação de elementos sonoros e visuais. É uma palavra de origem latina, derivada de “audire” (ouvir) e “videre” (ver). Essa técnica é usada para criar produções cinematográficas, projetos educacionais e outros conteúdos. O audiovisual é um meio de comunicação que utiliza conjuntamente elementos visuais e sonoros, ou seja, que podem ser vistos e ouvidos ao mesmo tempo. Entre as mídias audiovisuais destacam-se a televisão, cinema e os vídeos para a internet. Para que a mensagem, o som e a imagem encontrem a perfeita harmonia, há uma série de etapas que precisam ser cumpridas, como: produção, cenografia, animação, roteiro, direção de vídeo, edição, figurino, iluminação, fotografia,  finalização, sonorização, entre outros.

 

O cérebro humano é programado para processar informações visuais de forma rápida e eficiente, e é por isso que o conteúdo audiovisual pode ser tão cativante. Além disso, a mídia audiovisual pode ser usada para transmitir emoções e contar histórias de uma forma que outras formas de comunicação não conseguem. Filmes, séries, desenhos e documentários fazem parte de uma comunicação expressiva para as pessoas, permitindo que a interpretação e a imaginação fluam.

 

O audiovisual dentro das periferias é um recurso necessário para mostrar a realidade e a história das pessoas, sejam histórias tristes ou felizes. Porém, tem sido cada vez mais difícil contar essas histórias devido à falta de suporte e reconhecimento. É um conteúdo muito relevante e necessário (principalmente os documentários) dentro do cenário das periferias, apresentando pessoas com histórias magníficas e mostrando a luta por uma educação melhor, saúde, empreendedores e outros.

 

Um exemplo disso é o documentarista Sidnei Junior, morador do Jardim Elvira, em Osasco, região metropolitana de São Paulo. Ele foi o criador do projeto independente “Quebradas Osasco”. Com apenas uma câmera, Sidnei teve a ideia de criar um projeto em que os moradores das periferias de Osasco fossem protagonistas de suas próprias histórias. Os episódios do Quebradas Osasco foram distribuídos nas redes sociais, com um vídeo lançado a cada três semanas.

 

O documentário é um formato audiovisual que precisa ter mais reconhecimento por ser preciso e refletir a realidade das periferias. Por isso, a prática de documentar a realidade nas periferias vai muito além do ato de filmar e registrar. Ela se insere em uma luta mais ampla pelo direito à memória e à representação. Documentaristas que emergem das chamadas “quebradas” fazem mais do que contar histórias: eles preservam o patrimônio cultural e social de suas comunidades, muitas vezes invisibilizado ou distorcido por narrativas dominantes. O audiovisual torna-se uma ferramenta poderosa de autoexpressão, identidade e resistência.

A relevância da preservação desses registros é imensa. Primeiro, porque oferece às futuras gerações uma janela para entender suas raízes e as transformações sociais de suas comunidades. Segundo, porque permite que essas comunidades controlem suas próprias narrativas, desafiando estereótipos e preconceitos frequentemente associados às periferias. Além disso, o arquivamento de tais obras garante que essas vozes não sejam apenas ouvidas, mas também validadas no campo mais amplo da cultura nacional e, por que não, global.

Portanto, a importância da preservação do audiovisual nas periferias está em reafirmar o papel fundamental que a memória coletiva desempenha em qualquer sociedade que se pretenda democrática e inclusiva. A continuidade desses esforços de documentação é crucial não apenas para a sobrevivência cultural dessas áreas, mas também para o enriquecimento da diversidade cultural do país como um todo. É necessário que haja um suporte contínuo, tanto a nível local quanto nacional, para que os documentaristas da quebrada continuem a exercer seu papel crucial de cronistas da vida real, garantindo que suas lentes tão necessárias e reveladoras nunca deixem de capturar a complexidade e a riqueza das margens da sociedade brasileira.

 

Alguns documentários:

Picadilha da Quebrada – Documentário da Alma Preta Jornalismo (Youtube); 

Quebradas de Osasco – Documentário de Sidnei Júnior (Instagram).

Pâmela dos Santos

Redatora do Jornal Aborda. Estudante de Jornalismo, com uma paixão imensa por comunicação e livros. Estuda de tudo um pouco, é uma amante de cinema e adora fotografar eventos e pessoas. Um dos maiores objetivos é levar a informação verdadeira ao mundo.

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