Por: Luisa Scandorilli
Data: 14/10/24
Empreendedora gastronômica na periferia de São Paulo, Bianca Araujo é uma protagonista na sua comunidade: entre as ações de impacto que promove, estão vivênciasem grafite, ações de incentivo à leitura e de resgate à história afro-indígena de seu bairro, além do Festival de Consciência Negra.
Além disso, é fundadora de uma lanchonete especializada em cachorros-quentes, que foi selecionada entre mais de vinte e dois mil empreendimentos para participar da feira de negócios Expo Favela Innovation.
Atualmente, Bianca presta auxílio a moradoras da periferia em situação de vulnerabilidade, a quem ministra aulas em parceria com a escola Gastronomia Periférica.
Sua missão, segundo ela, é ser referência para pessoas da periferia, através de sua vivência de mais de vinte e dois anos no empreendedorismo, que iniciou como vendedora ambulante de alimentos e culmina como proprietária de sua própria empresa.
Bianca nos conta que aos onze anos de idade comprou seu primeiro carrinho de cachorro-quente em parceria com a mãe, que lhe ajudava a trabalhar em eventos. Ela conta que sua mãe lhe incentivava a estudar e buscar oportunidades.
De acordo com a empreendedora, aos dezoito anos ingressou na área de marketing, onde teve a oportunidade de aprimorar suas habilidades de liderança, planejamento e vendas. Porém, ao se tornar líder de alta performance, foi demitida.
“A demissão ocorreu de forma desumana, o que me causou uma depressão que durou cerca de seis anos. Ainda assim, me mantive estudando, mas tinha crises de ansiedade quando tentava voltar a trabalhar na minha área”, relata.
Ao decidir voltar a trabalhar com sua mãe na venda de cachorro-quente, a comida e o afeto dos clientes lhe reconectaram com a vida, permitindo que explorassenovos horizontes através da gastronomia.
“O estudo sempre foi um caminho para minha jornada, por isso juntei a gastronomia ao marketing”, completa.
De acordo com a empreendedora, após ouvir reclamações dos clientes sobre a distância inviável exigida para comer um cachorro-quente, em julho de 2017 ela fundou o Vagão Dog e Fritas, uma lanchonete temática especializada em cachorro-quente, e pensada para oferecer pitadas de cultura e sabor para a periferia.
“Inovamos no bairro, comum serviço padronizado, com uma equipe uniformizada e com um lugar aconchegante para receber nossos clientes. Logo se tornou um diferencial na comunidade, servindo de referência para outros comerciantes locais”, frisa Bianca.
Por meio de seu novo empreendimento, Bianca buscafazer a diferença, pois acredita que a força econômica pode andar de mão dadas com o social.
“Ao longo da nossa jornada, promovemos mutirão de grafite e limpeza, o Festival de Consciência Negra de Guaianases e criamos o Tem leitura no Vagão, um projeto de incentivo à leitura dentro da loja”, conta.
Bianca destaca que estar na periferia é uma forma de reconhecer o valor humano e econômico de uma população que muitas vezes é invisibilizada.
“Os desafios são grandes. Empreender na periferia é não ter parceria com grandes marcas, enfrentar desafios estruturais como enchentes, e até mesmo discriminação no acesso aocrédito, devido ao seu CEP”, ressalta a empreendedora.
Ela ainda afirma que empreender é um processo de melhoria contínua que começa pelo dono do empreendimento.
“Para quem está começando agora, saiba que empreender é um processo de melhoria contínua. Esse processo começa por você, por isso cuide de seu psicológico.
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