Desigualdades Educacionais Afetam Desenvolvimento Cognitivo e Emocional de Jovens nas Periferias
As desigualdades educacionais são fatores muito recorrentes em nossa sociedade, afetando principalmente aqueles que vivem na hierarquia mais baixa das classes sociais. De acordo com a Constituição Federal, no Art. 205, a educação é direito de todos, e dever do Estado e da família. Entretanto, em um país no qual cerca de 7,5 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza, a asseguração dos direitos fundamentais prescritos por lei, se torna inexistente para muitos.
Atualmente, estima-se que cerca de 9 milhões de brasileiros não concluíram a escola, de acordo com os dados divulgados pelo MEC referentes ao ano de 2023. Esse número revela a perpetuação de um ciclo sem fim que impacta diretamente as vidas de crianças e adolescentes que não possuem a oportunidade de desenvolvimento adequado.
Junto à falta de recursos educacionais em determinadas comunidades periféricas, outros fatores interferem, como a falta de infraestrutura, comida, saneamento básico e a ausência de uma rede de apoio, refletindo na saúde mental daqueles que vivem nessas condições precárias. O principal advento desse problema se deu no período da pandemia, quando o governo brasileiro adotou o sistema de educação remota, através de transmissões pela TV aberta e plataformas de aulas online. A falta de amparo e preparo fizeram com que cerca de 3 milhões de alunos ficassem sem acesso às aulas.
As principais consequências desse problema social são, na maioria das vezes, irreversíveis, já que jovens periféricos terão, constantemente, disparidades emocionais ao longo de suas vidas, além de uma grande dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Nota-se que pessoas que não conseguem terminar os estudos, ocupam cargos informais, de menor qualificação e baixa remuneração. Portanto, torna-se evidente que essa juventude não possui seus direitos garantidos e tampouco o suporte necessário para seguir seus verdadeiros sonhos, podendo escolher caminhos alternativos para garantir seu ganha-pão.
Logo, refletir sobre a necessidade urgente de políticas públicas que priorizem o acesso à educação é fundamental para garantir não apenas o desenvolvimento individual, mas também o progresso coletivo de uma sociedade. Isso porque, a educação não só proporciona conhecimento, como também é alicerçada em valores que promovem a integração, o equilíbrio e a coesão social. É por meio dela que podemos enfrentar e superar diversos problemas sociais, desde a pobreza até a desigualdade de oportunidades. Portanto, investir em educação não é apenas uma escolha sensata, mas uma necessidade para construir um futuro mais justo, inclusivo e próspero para todos.