Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Pesquisas mostram que jovens de baixa renda ainda enfrentam dificuldades para ingressar na faculdade.
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), de 2021, mostraram que o acesso ao ensino superior da população mais pobre cresceu 6 vezes em 20 anos, de 1995 a 2016, e paralisou nesse mesmo período. Em 2019, 5 a cada 100 vagas eram ocupadas por ingressantes mais pobres.
Esses números chamam a atenção para uma realidade preocupante: o crescimento registrado nas primeiras décadas dos anos 2000 não conseguiu se manter nos anos seguintes, mostrando a consequência de diversos fatores que impactaram a educação nesse período. O congelamento de investimentos em educação, as reformas no ensino médio e o desmonte de programas de apoio à permanência estudantil impactaram diretamente a juventude de baixa renda, que já enfrenta obstáculos históricos no acesso à educação de qualidade.
Uma pesquisa mais recente, realizada pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Desigualdade, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (NIED-UFRJ), mostrou que jovens mais ricos possuem mais chances de obter bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em relação à jovens de baixa renda, devido ao acesso a escolas de ensino privado assim como a outros recursos educacionais complementares, como professores particulares e cursos preparatórios.
Além disso, dos 12 alunos que tiraram nota mil na redação do ENEM de 2024, apenas 1 era estudante de escola pública, mostrando a qualidade do ensino básico no Brasil.
Esse abismo no desempenho é reflexo de uma estrutura desigual que se inicia já na educação básica. Escolas públicas, especialmente nas periferias urbanas e em regiões mais afastadas dos grandes centros, lidam com falta de infraestrutura, número reduzido de professores e escassez de material didático. Essa precarização acaba limitando a formação dos estudantes, criando barreiras que se intensificam no momento de disputar uma vaga na universidade com candidatos que tiveram acesso a um ensino mais completo.
Mesmo quando estudantes mais favorecidos não obtêm boas notas, a estrutura familiar possui recursos financeiros para arcar com os custos de uma universidade particular, facilitando assim o ingresso à universidade.
Por outro lado, o estudo indicou também que jovens de baixa renda acabam moldando suas escolhas de carreira de acordo com o desempenho no ENEM para garantir uma vaga. Em 2025, por exemplo, 9 entre os 10 cursos com maiores notas de corte no Sisu eram de Medicina, revelando um fenômeno cada vez mais comum: o “redirecionamento forçado” de sonhos profissionais. Muitos estudantes optam por cursos com menor nota de corte, não por afinidade, mas por necessidade — na tentativa de ingressar no ensino superior de alguma forma.
Essas informações evidenciam que, mesmo com a expansão da educação superior no Brasil nas últimas décadas, esse acesso ainda é pautado pela desigualdade socioeconômica que marca não apenas o ingresso mas também a permanência dos jovens na faculdade. Muitos deles, mesmo depois de vencer a barreira do vestibular, enfrentam desafios para continuar os estudos, como a necessidade de trabalhar em tempo integral, a falta de auxílio financeiro e a distância entre a casa e a universidade.
Quais recursos estão disponíveis para o acesso ao Ensino Superior?
Atualmente, o Governo Federal através do Ministério da Educação oferece programas que buscam democratizar o acesso ao ensino superior, sendo eles:
Para mais informações sobre os programas, acesse o site do MEC.
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