Cultura e Enem 2025: cinema nacional impulsiona repertórios
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O tema da redação do Enem 2025, “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, colocou em evidência uma pauta urgente: como o país encara o envelhecer e de que forma trata seus idosos. Em uma sociedade que envelhece rapidamente, compreender o tema vai muito além de estatísticas. O cinema brasileiro, com sua sensibilidade e olhar crítico, oferece boas referências para refletir sobre o assunto.
O Último Azul (2024): memória e identidade
Dirigido por Rodrigo Grota, O Último Azul acompanha um homem idoso que revisita suas lembranças e reflete sobre o tempo, o corpo e a memória. O filme propõe um olhar afetivo sobre o envelhecimento, mostrando que a terceira idade também pode ser um período de autodescoberta e de valorização da própria história.
Essa obra inspira reflexões sobre a importância da memória e da arte como caminhos para manter viva a identidade individual, algo essencial em uma fase da vida que ainda sofre por estereótipos de fragilidade.
A Guerra dos Rocha (2009): responsabilidade e afeto familiar
Na comédia dirigida por Jorge Fernando, Ary Fontoura interpreta Dona Dina Rocha, uma mãe que enfrenta a resistência dos filhos em assumir os cuidados durante sua velhice. O enredo escancara uma realidade comum em muitas famílias brasileiras: a falta de preparo emocional e financeiro para lidar com o envelhecer dos pais.
O filme apresenta uma mensagem atual sobre o papel da família no cuidado, mas também sobre a importância da autonomia. Hoje, conceitos como o aging in place, viver de forma independente e segura na própria casa, ganham espaço no Brasil, reforçando que envelhecer com dignidade é possível quando há apoio e planejamento.
Chega de Saudade (2008): amor e autoestima na terceira idade
No longa de Laís Bodanzky, um salão de baile é o ponto de encontro de homens e mulheres maduros em busca de companhia, lembranças e novas experiências. A obra celebra o amor, o afeto e a alegria de viver, mostrando que a paixão e a vaidade não têm idade.
Mais do que retratar relacionamentos, o filme reforça a importância de manter uma vida social e cultural ativa na terceira idade, fator que contribui diretamente para o bem-estar físico e emocional dos idosos.
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O Outro Lado da Rua (2004): solidão e pertencimento
Com Fernanda Montenegro no papel principal, o filme dirigido por Marcos Bernstein aborda a solidão e a busca por sentido na velhice. A protagonista, uma mulher solitária que se envolve em uma trama policial, evidencia o quanto o isolamento pode afetar a autoestima e o senso de utilidade de muitas pessoas idosas.
A produção provoca uma reflexão sobre a necessidade de atenção e afeto — tanto da família quanto da sociedade — para combater a invisibilidade que muitos idosos vivenciam.
Cultura e conscientização caminham juntas
Essas produções brasileiras ajudam a compreender o envelhecer de forma plural, com humor, sensibilidade e crítica social. Além de inspirar estudantes na redação do Enem, os filmes funcionam como espelho de uma sociedade que precisa repensar seus valores diante do crescimento da população idosa.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil terá, até 2030, mais pessoas com 60 anos ou mais do que crianças. Esse dado reforça a necessidade de políticas públicas e iniciativas culturais que valorizem o idoso, garantindo dignidade e participação social.
Leis que protegem e valorizam o idoso no Brasil
Para além da arte e do debate acadêmico, o país possui uma série de leis que asseguram direitos fundamentais à terceira idade:
- Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003): garante direitos à saúde, transporte gratuito, prioridade em atendimentos, convivência familiar e proteção contra qualquer forma de negligência ou discriminação.
- Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/1994): estabelece diretrizes para a promover a autonomia e integração social das pessoas idosas.
- Constituição Federal (artigo 230): determina que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade e o respeito à sua dignidade.
Esses marcos legais reforçam que envelhecer é um direito de todos e que o cuidado com a terceira idade deve ser compartilhado entre o poder público, as famílias e a sociedade civil.
Mais do que um tema de redação, o envelhecimento é um compromisso coletivo com o futuro.
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Muito interessante o texto, realmente foi muito assertivo esse tema sobre envelhecimento no Enem, o qual foi difundido na parada LGBT+ de São pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, como tantas outras que seguiram esse.
Isso faz com que ONGs como a EternamenteSou que também atua em prol do bem-estar da população LGBT+ idosa oferecendo serviços e projetos focados no atendimento, também seja lembrada e que possamos apoiar cada vez mais os ecossistemas que protegem e atuam em prol de uma velhice melhor 🏳️🌈🏳️⚧️🙏.
As matérias realizadas acerca do Envelhecimento revela e nos trás uma preocupação do quão é importante envelhecer bem. Há necessidade de polticias públicas que funcionem para que o velho, idoso tenha mais qualidade de vida
Muito importante que o cinema brasileiro esteja levantando este assunto e muito mais importante é cair no ENEM.
Parabéns pela assertividade