O diabetes é uma síndrome metabólica caracterizada pela falta de insulina no organismo, que é a substância responsável pela regulação das taxas de açúcar no sangue. Quando não tratada pode trazer graves problemas como problemas cardiovasculares, feridas que demoram a cicatrizar, problemas renais e oftalmológicos entre outros, podendo em casos mais graves levar a morte.
O tratamento normalmente é feito pelo controle da dieta, com restrição de alimentos com alto índice glicêmico, atividade física, e em alguns casos uso de medicação. No caso dos portadores do diabete tipo 1, o sistema imunológico ataca as células do pâncreas fazendo com que o órgão pare de produzir insulina e o tratamento costuma ser feito por meio do uso de insulina injetável. Também é necessário aferir os níveis de glicose para que não suba ou desça demais. Por esta razão, o ideal é que os pacientes tenham em casa um aparelho capaz de medir a concentração de glicose no sangue, chamado de glicosímetro, além de lancetas e fitas para realizar a medição.
Muitas pessoas deixam de se tratar por não ter condições financeiras de adquirir os medicamentos. Alimentos diet ou com baixo teor de açúcar costuma ser comercializados com um preço muito mais altos, possuem pouca variedade de marcas e opções de sabores e nem sempre estão disponível em mercados menores.
Contudo, não tratar a diabete pode trazer graves riscos como por exemplo, a cetoacidose diabética é uma complicação aguda que desequilibra o Ph do sangue causando confusão mental, sonolência, desmaio, podendo levar ao coma.
Mas é possível ter uma vida normal tomando os remédios e cuidando da alimentação. O que poucos sabem é que a rede pública de saúde oferece suporte e medicação gratuita para o controle e tratamento desta doença. A LEI Nº 5.211, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2022, que garante o tratamento a todos os portadores da doença.
O Centro de Referência em Diabetes, localizado na cidade de Osasco oferece tratamento gratuito, além de contar um uma equipe preparada de enfermeiros, endocrinologistas e nutricionistas que poderão orientar sobre os cuidados necessários para controlar e tratar o diabete.
O Sistema Único de Saúde (SUS), disponibiliza gratuitamente tiras reagentes, para medir a glicose, seringas e medicamentos orais para tratamento da doença e o programa nos postos de saúde. Já a Farmácia Popular, com parceria com o Ministério da Saúde, distribui medicamentos entre eles o cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas que costumam ser receitado para tratar esta doença. Para retirar as medicações, basta procurar uma drogaria credenciada e apresentar a receita médica original com validade, documento de identidade e CPF.
Luana Mota, 37 anos moradora de Osasco, mãe de um adolescente de 19 anos portador de diabetes tipo 1 relata que é possível realizar todo o tratamento com bons profissionais e sem custo nenhum. Ela descobriu que o filho tinha a enfermidade quando ele tinha 12 anos, após ele apresentar sintomas como enjoou, vômitos, sede constante e urinar várias vezes ao dia. Ela procurou assistência médica, mas não identificaram a doença rapidamente. Após uma semana os sintomas pioraram, a criança sentia fraqueza, mal-estar, dificuldade de enxergar, arritmia e dificuldade de respirar e foi levado as pressas para o pronto socorro. Após realizar alguns exames descobriram que ele estava passando por um quadro grave de cetose e precisou ficar hospitalizado por alguns dias.
Depois de se recuperar a equipe do hospital a orientou a procurar a rede pública para conseguir a insulina, entretanto o processo para liberação do kit de controle da glicose contendo o aparelho destro e as fitas reagentes demorou cerca de seis meses. Após o processo a retirada dos medicamentos era feita facilmente todos os meses para tratamento e controle da doença.
Luana também procurou o apoio da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ), entidade não-governamental e sem fins lucrativos que auxilia paciente e suas famílias a conhecerem mais sobre a doença. Lá as nutricionistas orientaram como adequar os hábitos alimentares, realizar contagem de carboidrato e verificar os rótulos dos produtos industrializados.
Após iniciar o tratamento ela conta ter encontra muita dificuldade para controlar a alimentação do filho, pois os produtos Sugar Free são bem mais caros, mas com as orientações recebidas ela aprendeu a observar os rótulos dos produtos e comprar aqueles que são mais adequados. Muitos alimentos diet, apesar de não conter açúcar podem ter altas porcentagens de gordura trans e sódio que não compensam a substituição.
Assistentes sociais e agentes de saúde também ajudam pacientes e familiares a conviver melhor com a doença. Ela conta que foi possível até mesmo realizar terapias alternativas como auriculoterapia, que é uma técnica semelhante a acupuntura que estimula pontos específicos da orelha com sementes que promovem o bem-estar físico e emocional.
Na ADJ, ela também recebeu a indicação da caneta de insulina de rápida absorção, que facilita a autoaplicação, tem uma dosagem mais segura e é mais prática de transportar, mas na época a rede pública não realizava a distribuição deste remédio.
Após se informar, Luana entrou em contato com a Farmácia de alto custo da região onde morava e realizou o cadastramento. Para isso, é necessário levar exames que comprovem a necessidade da medicação e do preenchimento de uma documentação específica pelo médico responsável, a retirada dos medicamentos é feita sob agendamento. Todo o processo demorou cerca de um mês, mas ela conseguiu todo o medicamento sem gastar nada.
Durante todo o período ela conta que foi bem atendida e orientada por todos os profissionais de saúde. Sua maior dificuldade foi fazer o primeiro diagnostico da doença, a doença só foi identificada após entrar em um quadro grave de desequilíbrio da insulina. Graças a demora ele precisou ficar na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) vários dias, e todos esse problema poderia ter sido evitado com um exame simples para confirmar a doença e que pode ser feito no posto gratuitamente.
Por isso, é importante ficar atento para identificar os primeiros sintomas da doença, como sede e fome constante, urinar várias vezes, infecções urinárias frequentes, fraqueza, náusea e vômito, ganho ou perda rápida de peso. Em caso de suspeita, solicite o exame ao médico e não desista de se tratar, se cadastre nos programas e cuide da sua saúde.
Para pessoas mais idosas que sofrem a muito tempo com a doença, ou que ficaram impossibilitado de trabalhar devido as comorbidades causadas pela diabete, é importante saber que o INSS assegura pela Lei N° 8.213/1991 o direito auxílio-doença, afastamento médico ou aposentadoria por invalidez decorrentes da diabete. Se informe sobre os projetos de apoio e não deixe de procurar tratamento médico.
Mais informações:
Farmácia Central Medicamentos de alto custo
Av. João Batista, 144 – Centro, Osasco – SP, 06097-090
Tel.: (11) 2183-3521 / (11) 2183-3523
Associação de Diabetes Juvenil (ADJ)
Rua Padre Antônio Tomás, 213
Água Branca – São Paulo – SP – CEP: 05003-010
Tel.: (11) 3675-3266/ (11) 97148-0465
Arado Associação Regional de Assistência aos Diabéticos de Osasco
Endereço: R. Antônio Agú, 1253 – Centro, Osasco – SP, 06093-008
Tel.: (11) 3682-3517