Brechós sustentáveis: transformando roupas esquecidas em estilo e economia
Descubra como o consumo consciente e a moda circular estão redefinindo a relação com o guarda-roupa, gerando benefícios para o meio ambiente, a economia local e seu estilo pessoal.
Por Juanita Souza
Vamos começar com uma reflexão sincera: Quantas vezes compramos alguma roupa, um sapato, ou algum acessório que depois de um certo tempo deixamos de usar porque não serve mais, ou porque enjoamos, ou compramos por impulso, e agora essa peça está lá, ancorada no seu guarda-roupa ocupando espaço na sua casa? Esse consumo desenfreado cria um efeito catalisador, mas o que poderia ser feito para que essas peças tivessem um novo destino? Uma das opções seria doar essas peças para conhecidos ou pessoas próximas, ou uma segunda opção muito interessante seria vender para um brechó e fazer uma grana com isso.
Uma nova tendência, que vem ganhando força, são as peças de segunda mão (ou do termo em inglês second hand). Essa moda circular e sustentável promove uma democratização das peças, deixando-as com preços mais baratos e também ajudando o meio ambiente, já que a produção têxtil é uma das quatro indústrias que mais utilizam recursos naturais, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).
Embora ainda exista muito preconceito quando se trata de roupas usadas, por muitos acreditarem que essas roupas não são limpas adequadamente, que elas estão com a “energia” do dono anterior; as esferas de brechós de bairro vêm ganhando destaque e desmistificando esses pensamentos, se tornando um negócio que ajuda a ser ou a complementar a fonte de renda de muitas pessoas, auxiliando também a movimentar a economia local.
Temos como exemplo a Marilac, 43, moradora de Osasco que, a pouco mais de 9 meses, resolveu complementar a sua renda com a abertura de um brechó em casa. A Técnica em radiologia começou seu empreendimento após ver as roupas que havia doado sendo vendidas em um brechó, então ela criou um grupo no Whatsapp: o Brechó da Ricca. Com a ajuda de parentes e amigos, Marilac faz a curadoria das peças e, depois de um processo minucioso de cuidados com as roupas, as revende. A média de preço do seu brechó é bastante variável, pois tem itens novos, seminovos e até peças de pequenos empreendedores, começando com o valor mínimo de 1 real.
No momento, Marilac ainda não tem uma presença online, mas pretende fazer isso a curto prazo, já que entende a importância que as redes sociais estão trazendo para esse tipo de negócio. Como em qualquer novo estabelecimento, ainda passa pelos desafios iniciais, mas o que garante que ela continue a vender e a sentir-se realizada ao ajudar seus clientes a escolherem suas peças é, segundo ela:
“Montar o look para os outros faz com que eu me sinta bem e feliz,
pois se tem algo que eu adoro é comprar para revender”.
O que podemos concluir é que esse estilo consciente de consumo só traz benefícios, tanto para quem compra quanto para quem vende, é uma experiência que vai além da venda, pois pode-se garimpar boas peças e encontrar itens vintages que atravessam gerações, sendo ícones atemporais da moda e entregando estilo com uma moda ética.
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1 Comment
Muito bom