ATEMDO: Rede que Conecta e Transforma Vidas na Comunidade

Atemdo: Movimento social online une propósitos e vidas. Créditos: ATEMDO/ Rede social
Por: Luisa Scandorilli
A ATEMDO (Associação dos Trabalhadores em Domicílio) é uma organização social online que auxilia trabalhadores que geram renda em casa ou nas proximidades. O auxilio ocorre por meio da produção e venda de produtos diretamente ao consumidor, seja em pequena ou grande escala. No século das tecnologias, a rede social representa para a organização um meio de alcançar o mundo. Além de divulgar o trabalho coletivo e individual, gerando maiores possibilidades de promoção de produtos e de comercialização.
Segundo a organização, embora alguns conceitos das redes sociais caminhem na contramão dos princípios de bem-estar humano, essas redes são aliadas na propagação de trabalhos que mudam vidas. “Valorizamos os meios de comunicação para alcançar uma maior divulgação dos nossos projetos e, assim, atingir cada vez mais trabalhadores e trabalhadoras que estão à margem da sociedade, sem nenhum tipo de acompanhamento, parceria ou conhecimento de seus direitos, que não são poucos. No geral, as redes sociais nos ajudam a divulgar boas ações e campanhas que fortalecem nossa luta”, afirmou um representante da organização.
De Feiras Virtuais a um Aplicativo Revolucionário
Durante a pandemia de COVID-19, diante da necessidade de comercialização digital devido ao isolamento imposto pelo vírus, as redes sociais começaram a ser utilizadas pelo projeto para a realização de feiras virtuais no Instagram. Ao constatarem que esse era um meio viável de comercialização, nasceu a ideia de criar um aplicativo.
Assim, a equipe de comunicação e os financiadores concretizaram o aplicativo ‘ATEMDO Aqui’ por meio de parcerias. Com o objetivo de garantir fácil acesso e uso amplo por clientes, associados e anunciantes, o aplicativo está disponível para download em todo o território nacional, permitindo que os consumidores comprem diretamente dos produtores.
O Nascimento de uma Organização
De acordo com um membro da organização, a ideia de criar a ATEMDO nasceu do movimento de geração de trabalho e renda chamado Economia Solidária, do qual participavam. Surgiu, então, a necessidade de ter uma organização que atuasse com voz ativa junto à sociedade civil, ao poder público e privado, e a organizações internacionais, como a OIT. Entretanto, em 2016, o governo abandonou o movimento, retirando todo tipo de apoio e excluindo-o da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) e do Ministério do Trabalho.
“O abandono e a exclusão do movimento impactaram negativamente os trabalhadores organizados dentro dos princípios da ATEMDO. Nesse momento, unimo-nos a outros trabalhadores de Osasco para ter representatividade e voz ativa na luta por direitos e reconhecimento de uma classe considerada invisível, junto a tantas outras”, afirmou o membro.
Conforme informações de seus associados, a organização desempenha um papel crucial ao oferecer oportunidades de conhecimento para aqueles que se sentem excluídos, além de gerar renda e fortalecer as gerações futuras. Tudo isso é alcançado por meio da organização dos trabalhadores na luta por direitos, acesso a mercados, cidades, justiça social, formação e informação.
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Vidas Transformadas

Maria de Fátima Francisco, membro da ATEMDO, destacou a importância da organização em sua vida. Ela enfatiza que o projeto a ajudou a se reconhecer como uma trabalhadora em domicílio. Antes de participar do projeto, ela acreditava que não consideravam o trabalho realizado em casa, como artesanato e culinária, um emprego formal. Através das formações oferecidas, ela adquiriu uma nova visão sobre si mesma, valorizando-se como mulher, cidadã e trabalhadora.
De acordo com Maria, a organização vai além de ser apenas um espaço para negócios. Para ela, a associação desempenha um papel crucial na politização e conscientização dos trabalhadores sobre seus direitos e na promoção da importância da representatividade. Maria afirmou que a ATEMDO foi fundamental para conquistar o reconhecimento legal dos trabalhadores informais, levando um projeto ao Congresso Nacional que recebeu apoio significativo de diversos deputados.
Além disso, ela enalteceu a força das mulheres na organização, observando que são elas que impulsionam as mudanças e as lutas da entidade. Maria expressou ainda seu desejo de que mais pessoas compreendam o valor da associação, que, segundo ela, vai muito além de questões comerciais, sendo essencial para o fortalecimento da cidadania e dos direitos dos trabalhadores.