Educação

Às vésperas do Enem 2024, a desigualdade na educação desafia jovens em todo o Brasil

Por Yasmin Rech

Com menos de dois meses para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, mais de 5 milhões de estudantes se preparam para o que pode ser a porta de entrada para a universidade. No entanto, em um cenário onde cerca de 450 mil jovens abandonam a escola anualmente no Brasil, esses estudantes enfrentam desafios que vão além da preparação para o exame.

O Enem, criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho dos alunos ao final do ensino médio e facilitar o acesso ao ensino superior, terá mais de 5 milhões de candidatos nesta edição. Apesar da importância do exame, a realidade educacional no Brasil mostra que muitos estudantes enfrentam desafios que vão além da sala de aula.

As estatísticas são alarmantes: cerca de 450 mil jovens deixam a escola a cada ano, refletindo uma taxa de evasão preocupante. De acordo com o Censo Escolar de 2024, o ensino médio é a etapa da educação básica com a maior taxa de evasão (5,9%) e repetência (3,9%). Além disso, uma pesquisa realizada pelo Itaú Educação e Trabalho e pela Fundação Roberto Marinho revela que quase 10 milhões de jovens abandonam os estudos sem concluir o ensino básico, sendo que 7 em cada 10 desses jovens são negros.

No Estado de São Paulo, por exemplo, 6,7% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Para muitos, a necessidade de conciliar trabalho e estudos é um fator determinante para o abandono escolar, já que muitos precisam contribuir para a renda familiar, o que leva à busca por empregos que oferecem uma fonte imediata de sustento.

Esse cenário ilustra a desigualdade na preparação para o Enem, refletindo um problema mais amplo na educação brasileira. Enquanto alguns alunos têm acesso a cursos preparatórios caros e a um suporte familiar robusto, outros enfrentam a dura realidade da falta de recursos e infraestrutura precária.

Mesmo o estudo intensivo muitas vezes não é suficiente para compensar as desigualdades de oportunidades entre estudantes de escolas públicas com recursos limitados e aqueles que frequentam instituições particulares bem equipadas.

Para muitos jovens das regiões mais desfavorecidas, o sonho de melhorar de vida e proporcionar melhores condições para suas famílias é constante. No entanto, a desigualdade estrutural acaba por bloquear o acesso a essas oportunidades. Embora o Enem seja a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, essa desigualdade continua a fazer do ensino superior um privilégio para poucos.

Yasmin Luiza Rech

Estudante de Jornalismo.

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