Alfabetização de Jovens e Adultos em Osasco

Por Isabela Tota

Atualmente, o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Osasco é oferecido em diversas escolas estaduais, particulares e municipais, como a EE Professora Heloísa de Assumpção, EE Horácio Quáglio e SESI Osasco, abrangendo tanto o ensino fundamental quanto o médio. O EJA desempenha um papel crucial na educação brasileira, especialmente ao oferecer oportunidades para aqueles que não concluíram o ensino regular na idade adequada.

Segundo relatórios do INEP, como o Censo Escolar, existem dados que evidenciam a importância da escolarização para a inserção no mercado de trabalho. Ao garantir a conclusão do ensino fundamental e médio, o programa abre portas para o mercado formal, permitindo que os alunos acessem melhores posições e remunerações.

Um dos grandes desafios do EJA é a permanência dos alunos no programa. Muitos enfrentam dificuldades como a falta de tempo devido à jornada de trabalho extensa, questões financeiras ou mesmo desmotivação, consequência de um longo período fora da escola.

Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) sobre o EJA destaca que a evasão está amplamente ligada à precariedade do sistema, com professores pouco qualificados para lidar com as necessidades de adultos e jovens que, muitas vezes, possuem lacunas educacionais e emocionais graves.

Francisco Júnior da Silva (31), morador de Osasco e ex-aluno do programa na Escola Estadual Professora Heloísa de Assumpção, relata: “Eu já tinha estudado, mas, infelizmente, o tempo vai passando, a idade vai chegando e vamos deixando o estudo de lado para trabalhar.” Ele expressa suas dificuldades: “O que me fez desistir da escola foi porque eles ensinam, mas não ensinam completamente, apenas o básico. Eles não dão a atenção necessária… O EJA é voltado para pessoas que nunca aprenderam a ler, mas eu acho que deveria ter mais dedicação.”

Não há dados específicos sobre a taxa de evasão do EJA em Osasco. No entanto, os números nacionais ajudam a compreender a situação. De maneira geral, a evasão no programa é um desafio, especialmente nas etapas finais do ensino fundamental e médio. A taxa de desistência no ensino fundamental do EJA varia de 2,3% a 3,1% em todo o Brasil, e no ensino médio, essa tendência aumenta, atingindo 3,2% na 1ª série.

Paulo Freire, um importante educador brasileiro que estudou o ensino de jovens e adultos, escreveu que a educação deve valorizar a experiência de vida dos alunos. O aprendizado para adultos deve ir além da simples transmissão de conteúdos escolares, servindo como uma ferramenta de emancipação social. Essa perspectiva é relevante ao abordar a evasão escolar, pois muitos desistem por não se sentirem conectados ao currículo.