Além das Metas: Priorize a Sua Saúde Mental em 2025
Por: Julia Carolina
Janeiro é aquele mês em que todo mundo faz promessas para o novo ano. Você provavelmente já elaborou uma lista de metas — como começar a malhar, ler mais livros ou viajar para um lugar novo —, mas sabemos que manter esses compromissos ao longo do ano pode ser desafiador. Então, não se cobre tanto. A verdade é que, como diz Lenine na música Paciência, “a vida não para”, e esse verso resume bem o desafio da nossa sociedade.
Em um mundo onde as demandas do trabalho e da rotina parecem nunca parar, muitas vezes apenas para atender às necessidades do dia a dia, cuidar da saúde mental é indispensável. Antes, falar sobre esse assunto era um grande tabu. Por exemplo, faça um exercício agora mesmo: olhe os contatos da sua rede social. Aposto que metade deles, ou mais, já enfrentou, em algum momento, quadros de ansiedade, burnout ou depressão — e você nem imagina.
A realidade é que a saúde mental no Brasil é uma preocupação crescente. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada 12 minutos, uma pessoa tenta suicídio no país, e, a cada 45 minutos, uma vida é perdida por esse motivo. Esses números alarmantes evidenciam a urgência de tratarmos o tema com seriedade. Além disso, 9,3% da população brasileira convive com algum transtorno mental, e mais de 30% das pessoas que buscaram atendimento psicológico relataram estresse relacionado ao trabalho e à vida cotidiana.
O Levantamento Nacional do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas) reforça essa problemática ao apontar que 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico de ansiedade, sendo a maioria jovens entre 18 e 24 anos. Além disso, 12,7% relataram ter recebido diagnóstico médico de depressão. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil lidera mundialmente os índices de transtornos de ansiedade, ressaltando a necessidade de um olhar mais atento para a saúde mental.
Em cidades como Osasco, na Grande São Paulo, as pessoas que vivem em comunidades enfrentam desafios ainda mais complexos: o estigma e o preconceito relacionados à saúde mental dificultam o acesso ao direito básico de cuidados nessa área. Com uma taxa de desemprego elevada e desigualdade social acentuada, muitas pessoas não buscam ajuda para lidar com questões como depressão, ansiedade e estresse cotidiano. Esse cenário desafia os profissionais de saúde, que trabalham para oferecer apoio psicológico e combater as barreiras culturais e sociais.
Uma boa alternativa é o “Projeto Base”, uma ONG que atua nas favelas de Osasco, promovendo educação, saúde mental e inclusão social. A instituição vê essa problemática como algo urgente e necessário, que merece ser discutido tanto na comunidade quanto entre familiares e amigos.
Além disso, em 2013, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, nasceu a campanha Janeiro Branco, idealizada por um grupo de psicólogos e psicoterapeutas para oferecer suporte emocional e coletivo às pessoas. Em 2025, essa campanha celebra 12 anos.
Que, neste janeiro e nos demais meses do ano, a lista de desejos mais sinceros inclua o compromisso com a sua saúde mental. Afinal, uma mente sã é a base para todas as demais conquistas.