Estudos apontam que o tema deve ser muito discutido nas escolas periféricas
A inclusão social na educação das periferias do Brasil é um tema complexo e multifacetado, e podendo variar dependendo de diversos fatores, como região específica, período de tempo considerado e fonte dos dados.
No entanto, algumas informações gerais com base em dados até janeiro de 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que cerca de de 17 milhões de pessoas com dois anos de idade ou mais com algum tipo de deficiência e aproximadamente 70% desse público, com idade mínima de escolarização, possui no máximo o ensino fundamental incompleto.
Apesar de ainda termos um longo caminho pela frente, no que diz respeito à implementação de políticas públicas inclusivas no âmbito da Educação Especial, o Brasil possui avanços significativos na promoção da inclusão ao longo das últimas décadas, principalmente ao considerarmos a partir da década de 1990.
Desta perspectiva, defendemos a continuidade destes avanços e a importância do investimento em espaços dialógicos e formativos que favoreçam processos reflexivos da proposta inclusiva que possibilitem ampliação das propostas atuais.
Ao contrário do que defende o ministério da Educação, em uma pesquisa realizada em 2021, pessoas com deficiência não são pessoas incapacitadas, mas sim pessoas com demandas adaptativas diferenciadas, e o que realmente “atrapalha” e cria barreiras aos processos de ensino-aprendizagem, é a precarização do trabalho e da estrutura escolar ao qual alunos e profissionais da Educação têm enfrentado diariamente no país.
Alguns dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do terceiro trimestre de 2022 por exemplo, oferecem um panorama detalhado sobre as características gerais dessa parcela da população, além de temas como a inserção no mercado de trabalho e condições de estudo. A pesquisa permite ainda uma comparação entre as pessoas com e sem deficiência, destacando as prevalências e desigualdades entre estes grupos.
Acesso à Educação: Em muitos lugares, as áreas periféricas enfrentam desafios significativos no acesso à educação de qualidade. Isso pode incluir falta de escolas próximas, transporte inadequado, e infraestrutura escolar precária.
Taxa de Conclusão Escolar: As taxas de conclusão escolar nas periferias muitas vezes são mais baixas do que em áreas mais centrais. Isso pode ser atribuído a uma variedade de fatores, incluindo pobreza, falta de apoio familiar e falta de recursos educacionais.
Qualidade do Ensino: A qualidade do ensino também pode ser comprometida nas periferias, devido à falta de recursos, baixa remuneração de professores e falta de investimento em treinamento e desenvolvimento profissional.
Desigualdade de Oportunidades: A falta de acesso a uma educação de qualidade nas periferias pode perpetuar a desigualdade de oportunidades, limitando as perspectivas de emprego e o acesso ao ensino superior.
Intervenções e Programas Sociais: Apesar dos desafios, há muitas iniciativas em todo o mundo destinadas a promover a inclusão social na educação das periferias. Isso inclui programas de bolsas de estudo, intervenções para melhorar a qualidade do ensino, e parcerias entre o setor público, privado e organizações da sociedade civil.
Impacto da Pandemia: A pandemia de COVID-19 exacerbou muitos dos desafios enfrentados pelas comunidades periféricas, com o fechamento de escolas aumentando ainda mais as disparidades educacionais.
Indicadores Sociais: Indicadores como taxas de alfabetização, taxa de matrícula escolar, taxas de abandono escolar precoce e desempenho acadêmico são frequentemente utilizados para medir o progresso na inclusão social na educação das periferias.
Ressaltamos que não se trata de romantizar o processo inclusivo, mas voltar o olhar para a potencialidade do sujeito ao invés do enfoque ser a questão puramente orgânica da deficiência. É preciso lançar mão de novos modos de olhar e agir mediante as demandas da inclusão, transformando o social e as relações ali estabelecidas
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