Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o suícidio é uma das três maiores causas de mortes entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Portanto, compreender esse fenômeno tem sido um grande desafio para a sociedade atual, por se tratar de um grave problema mundial de saúde pública. Os números, mesmo subestimados são alarmantes, visto que para cada suicídio que acontece, houve entre 10 a 20 tentativas, e cada morte por suicídio afeta emocionalmente outras 60 pessoas próximas à vítima. Conclui-se que o suicídio é um fenômeno social que surge como um pedido de socorro dos jovens à família e à sociedade, uma vez que os eventos que ocorrem fora das frágeis relações sociais impactam diretamente na formação da subjetividade do ser.
Os dados da OMS também indicam que o Brasil ocupa a oitava posição e números totais de suicídios, e em meio a esse fenômeno aumentam os quadros de ansiedade, depressão e desesperança entre os jovens. Tais dados, levaram a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a incluir o tema da saúde mental em 2021 entre crianças e adolescentes no Tratado de Pediatria, uma das principais publicações direcionada a médicos que cuidam de indivíduos até 18 anos no país. No mesmo ano, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com o instituto Gallup, publicou o relatório “Situação Mundial da Infância 2021: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças, também elegendo a temática como prioridade de atuação”. Segundo as últimas estimativas disponíveis pela pesquisa da Unicef, no mundo, pelo menos uma a cada sete crianças e jovens de 10 a 19 anos convive com algum transtorno mental diagnosticado. Além disso, mundialmente, cerca de 46 adolescentes morrem por suicídio a cada ano, uma das cinco principais causas de morte nessa faixa etária.
Ao pensar nas questões que estão por trás desse fenômeno social complexo estão fatores como violência doméstica, falta de cuidado e diálogo que afetam diretamente a chegada a esse limite. De acordo com dados do estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), foram realizadas pesquisas com famílias com histórias de rejeições, maus-tratos físicos, agressões verbais, violência sexual, uso de álcool e drogas. O histórico de entes próximos, como amigos, familiares e vizinhos, também foi fator detectado na pesquisa. Segundo o estudo, “a grande maioria dos casos estudados têm histórico de problemas psiquiátricos na família, com destaque para ansiedade e depressão, inclusive em gerações anteriores, além disso, praticamente a metade dos adolescentes pesquisados têm familiares que abusaram do uso de álcool”.
Por fim, os dados apresentados assustam, portanto se faz necessário o investimento nas políticas públicas de saúde para o tratamento de transtornos mentais, pois a questão do suicídio é um problema de saúde pública que necessita de urgente compreensão. Nesse sentido, tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto o Ministério da Saúde (MS) têm sugerido agendas para discutir o tema dando visibilidade a ele. Leis, portarias e recomendações foram criadas. No entanto, o trabalho passa pelo envolvimento dos profissionais, das famílias e da sociedade com a questão. É preciso ações integradas. Em tempos de falta de valorização dos vínculos, é fundamental resgatar o interesse e a preocupação com o outro. Cabe relembrar que quando os jovens pensam em se matar, seu desejo maior é deixar de sofrer, acabar com algo que é intolerável e não com a sua própria vida. Surge, portanto, a necessidade de olhar atentamente para a sociedade consumista, exigente e pouco afetiva na qual os jovens estão vivendo.
Se você tem algum problema ou conhece alguém que está com sinais de depressão, procure ajuda especializada ou ligue para o 188, número do Centro de Valorização da Vida, que oferece apoio emocional. O serviço funciona 24 horas por dia e também pode ser realizado via e-mail e chat.
Saúde Mental: por que tantos jovens adoecem?
Acesso em: <https://outraspalavras.net/crise-brasileira/saude-mental-por-que-tantos-jovens-adoecem/> 28 de setembro 2023.
A desesperança do jovem e o suícidio como solução
Acesso em: <https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/27470/26205>
Setembro Amarelo
Acesso em: <https://www.scielo.br/j/se/a/rLfXhwgd7qgpBzMSrjwFXmj/> 28 de setembro 2023.
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