Semeando futuro: o que muda em Osasco com o Novo PAC – Periferia Viva

Por Nahiana Marano
Com investimentos federais de R$ 200 milhões em infraestrutura urbana, Osasco inicia uma nova etapa para transformar suas periferias mais vulneráveis em zonas de dignidade e cidadania.
Uma esperança através da urbanização
No dia 25 de julho de 2025, moradores do Jardim Rochdale acompanharam de perto um anúncio histórico. O governo federal confirmou que Osasco receberá R$ 200 milhões do Novo PAC – Periferia Viva. O recurso será aplicado na urbanização da Favela da 13 (Jaguaribe), da Comunidade do Limite (Santa Maria) e também na segunda fase de intervenções do Rochdale.
O presidente Lula esteve presente no bairro, reforçando que essas obras não são apenas investimentos, mas uma resposta a décadas de abandono. Com isso, milhares de famílias que convivem diariamente com alagamentos, insegurança e falta de infraestrutura passam a enxergar novas perspectivas.
O que é o Periferia Viva — e por que ele importa
O Periferia Viva integra o Novo PAC Seleções 2025, programa federal que busca reduzir desigualdades urbanas de forma concreta. Ele prevê obras de saneamento, pavimentação, iluminação, contenção de encostas, regularização fundiária e habitação.
Em todo o país, o programa vai direcionar R$ 800 milhões para urbanização de favelas e assentamentos precários. Osasco, por sua vez, ficou entre as cidades mais contempladas. Isso mostra o peso das demandas locais e, ao mesmo tempo, abre espaço para um debate urgente: como transformar verba em qualidade de vida real?
Quem ganha com as obras — e como o cotidiano muda
As comunidades selecionadas carregam histórias de luta contra enchentes, falta de saneamento e ausência de áreas de convivência. Por isso, os recursos não vão se limitar ao concreto: eles devem resultar em 240 novas casas no Jaguaribe, 194 no Limite e ainda melhorias no Rochdale, que já havia recebido investimentos na primeira fase.
Dessa forma, os impactos esperados vão muito além da moradia. Com ruas pavimentadas, redes de esgoto e iluminação, os moradores terão mais saúde, segurança e dignidade. Ao mesmo tempo, a economia local deve se movimentar com empregos gerados nas obras e a valorização das áreas beneficiadas.
Possibilidade de justiça territorial — mas com desafios
Apesar da celebração, ainda há obstáculos. A execução precisa de fiscalização constante, pois já vimos programas semelhantes ficarem pelo caminho. Além disso, sem participação popular efetiva, há risco de que as prioridades das comunidades não sejam atendidas.
Mesmo assim, o potencial do programa é enorme. Ele pode reconfigurar territórios historicamente invisibilizados e garantir que o direito à cidade seja uma realidade também nas periferias. Para isso, será essencial que os moradores acompanhem cada etapa, cobrem prazos e façam suas vozes ecoar.
Conclusão: plantar dignidade nas periferias
O Periferia Viva chega a Osasco como uma oportunidade de transformar dor em dignidade. Mais do que levantar paredes e abrir ruas, trata-se de reconhecer a vida que pulsa nas margens.
Se a execução corresponder às promessas, veremos não apenas novas casas e ruas, mas também novas possibilidades de futuro para milhares de famílias. Portanto, cabe à população — e também à imprensa comunitária — acompanhar de perto. Só assim a semente plantada pelo programa poderá florescer em justiça urbana e cidadania.
Referências
- GOVERNO FEDERAL. Novo PAC – Eixo Periferia Viva. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/novopac/eixos/periferia-viva. Acesso em: 09 set. 2025.
- PREFEITURA DE OSASCO. Programas e Projetos – Habitação e Urbanismo. Disponível em: https://osasco.sp.gov.br. Acesso em: 09 set. 2025.