Falta de equipamentos esportivos denuncia descaso com periferias

Redação: Gabriel Vicente e Miguel Porto – Estudantes de Jornalismo da ESPM

Ednilson Oliveira, professor de Educação Física em Osasco, defende a necessidade de maior investimento público em escolas e projetos esportivos. “Com esses investimentos, existiria um incentivo maior à prática de esportes”, afirma.

O especialista alerta que a falta de incentivo à atividade física pode gerar consequências graves, como o aumento da obesidade e impactos negativos na saúde mental da população.

A reportagem entrou em contato com a Ouvidoria Geral do Município de Osasco, mas não obteve retorno. Em nota, o órgão informou: “Esta solicitação não poderá ser atendida devido a ser genérica, impossibilitando a delimitação e o levantamento da informação desejada”.
A ausência de espaços adequados para a prática esportiva ainda é uma realidade em muitas comunidades brasileiras. Em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, é comum ver crianças jogando futebol nas ruas por falta de áreas de lazer apropriadas.

Segundo o estudo Persona Favela, realizado pela holding Novo Outdoor Social, 47% dos moradores de comunidades e bairros periféricos afirmam não ter condições financeiras para acessar atividades físicas. Além disso, 41% relatam sentir-se inseguros ao praticar esportes nas proximidades de suas casas.

William dos Santos, morador do Jardim Colombo — comunidade que integra o Complexo Paraisópolis — relata a precariedade das quadras locais. “Faltam bolas, redes e outros materiais. Assim, muitas pessoas simplesmente deixam de praticar exercícios”, lamenta.

Outro morador da região, Giovane Marinho, reforça a importância dos equipamentos esportivos. “É claro que isso compromete o interesse das pessoas pelas atividades. E os equipamentos são, além disso, importantes para nossa saúde”, destaca.

Apesar das dificuldades, há iniciativas em andamento. O Jardim Colombo está recebendo dois novos projetos de urbanização, que incluem a construção de um parque linear com área de lazer e equipamentos esportivos, como parte da terceira etapa do Programa de Urbanização de Paraisópolis, coordenado pela Prefeitura de São Paulo. As obras beneficiarão mais de 8 mil moradores e incluem melhorias na infraestrutura urbana, como canalização de córregos e novas unidades habitacionais.