Empreendendo na Favela – A Linha Tênue da Persistência

 Empreendendo na Favela – A Linha Tênue da Persistência

Empreendendo na Favela

Ser morador de favela e empreendedor é um desafio diário. No entanto, empreender na favela, apesar das dificuldades, é mais comum do que se imagina. A vontade de prosperar está no ser humano, independentemente da sua condição socioeconômica.

Muitos empreendedores iniciam seus negócios por necessidade, enquanto outros sentem um brilho no olhar ao visualizar a possibilidade de ter um negócio próprio. Mas, seja por necessidade ou por paixão, manter um empreendimento honesto dentro das favelas brasileiras é um ato de coragem e resiliência.

Grandes Histórias

Os empreendedores da favela, além de colaborarem para o desenvolvimento regional, podem servir de exemplo para futuros empreendedores. Seja o dono de um mercadinho que, no final do ano, realiza uma queima de fogos; a confeiteira que se junta a outras profissionais para realizar os sonhos de clientes e amigos; ou o dono de um lava rápido que emprega dezenas de pessoas—todos têm em comum grandes histórias de resiliência e superação, além de contribuírem para a comunidade, direta ou indiretamente.
Você pode conhecer varias dessas histórias aqui mesmo no jornal Aborda.

Ifood, 99 taxi, Uber…

A internet oferece muitas oportunidades para o empreendedorismo. Começar utilizando aplicativos de terceiros, como iFood, 99 Taxis, entre outros, é uma opção interessante para não precisar iniciar um negócio do absoluto zero.

O Impacto Econômico do Empreendedorismo Favelado

Embora invisíveis para grande parte da sociedade e negligenciados por governantes, quem está empreendendo na favela desempenha um papel crucial na economia. Negócios criados dentro das comunidades movimentam R$ 61 bilhões por ano no Estado de São Paulo, de acordo com o levantamento realizado pelo Data Favela e Sebrae-SP. Veja aqui.

Em nível nacional, as favelas somam mais de R$ 167,8 bilhões em movimentação anual, evidenciando o poder econômico desses territórios.

Porém, 84% desses empreendedores atuam na informalidade, sem um CNPJ. A razão? Os custos e a burocracia excessiva para formalizar um negócio tornam a legalização inviável para muitos, forçando-os a permanecer à margem do sistema.

Empreendendo na Favela: Desafios

Empreender dentro da favela é lidar diariamente com uma série de obstáculos que vão além da gestão financeira. Os desafios são múltiplos:

  • Distância dos grandes centros comerciais, dificultando o acesso a fornecedores e consumidores;
  • Problemas familiares, que podem afetar a estabilidade do empreendedor;
  • Falta de segurança, impactando o funcionamento dos negócios, principalmente aqueles que dependem de estoques e pontos físicos;
  • Ausência de referências empresariais, tornando o aprendizado mais lento e repleto de incertezas;
  • Desemprego estrutural, que faz do empreendedorismo uma alternativa de sobrevivência;
  • Dificuldade de acesso a crédito, o que inviabiliza a expansão dos negócios.

Caminhos para a Sustentabilidade do Negócio

Apesar dos desafios, existem alternativas para fortalecer o empreendedorismo favelado. O apoio de redes comunitárias, projetos sociais e instituições como o Sebrae e o Data Favela ajudam a conectar pequenos empreendedores a ferramentas essenciais para crescerem de forma sustentável.

Outro fator relevante é a digitalização dos negócios. Muitos empreendedores encontram na internet e nas redes sociais uma oportunidade para expandir suas marcas, alcançar clientes além da comunidade e driblar os problemas logísticos impostos pela localização.

Empreender na favela é uma jornada árdua, mas repleta de determinação. O que poderia ser visto como um cenário de escassez, na realidade, transforma-se em um ambiente de inovação e criatividade. Apesar das dificuldades, os moradores das favelas seguem reinventando maneiras de crescer, gerar renda e transformar suas comunidades por meio do trabalho e da coragem.

 

Arquivo de Empreendedorismo – Jornal a Borda

E-book-Economia-de-Favela-potencia-empreendedora.pdf

 

Emanuel Lima

Estou me especializando em Educação no IFMG, estudando História na UniPlena e Jornalismo na Ampli. Sou tecnólogo em Recursos Humanos pela FAM. Além da minha paixão por educação e comunicação, toco guitarra na banda 77 Cigarros, onde encontro alegria e expressão criativa.

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