Museu de Osasco: reflexo da falta de políticas de preservação cultural no país
História
O Museu Dimitri Sensaud de Lavaud, conhecido como Museu de Osasco, está localizado no município de Osasco. Antes de se tornar um museu, era um casarão construído por Antônio Agu no século XIX, a mando do banqueiro Giovanni Brícola. O local tornou-se museu apenas em 1976, com o intuito de contar um pouco da história da cidade de Osasco.
O Museu recebeu esse nome em homenagem a Dimitri Sensaud de Lavaud, engenheiro responsável pelo primeiro voo da América Latina. Dimitri nasceu na Espanha em 1882 e viveu sua infância em vários países da Europa antes de chegar ao Brasil em 1898. Ele se dedicava à construção de barcos a vela e deu início ao seu projeto de construção de um avião próprio em 1908, batizado de “São Paulo”. Em 1910, ocorreu em Osasco o primeiro voo inaugural do avião, conferindo à cidade grande honra. Como forma de homenagem, seu nome foi dado ao Museu da Cidade.
Em 2007, a prefeitura de Osasco iniciou um projeto de restauração do museu. A obra foi realizada de maneira que respeitasse e mantivesse a arquitetura do casarão, que tinha grande influência italiana, ligada diretamente ao contexto histórico da imigração italiana. Com isso, sua estrutura não foi alterada.
A Secretaria Municipal de Cultura, para preservar o local como patrimônio histórico, trabalhou desde 2009 para que alguns bens móveis e imóveis presentes no museu fossem tombados como patrimônio histórico pelo CONDEPA (Conselho Municipal de Defesa e Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural).
O Museu foi reinaugurado em 18 de maio de 2013. A reabertura tinha como objetivo celebrar o Dia Mundial dos Museus. O evento contou com atrações como a peça “A história de Dimitri” e a exposição artística “Artes e Ofícios”.
Políticas de Preservação
Criado em meio à falta de informações por parte do município, o movimento queria a imediata reabertura do único museu da cidade, argumentando que a prefeitura estava usando a pandemia de COVID-19 como desculpa para seguir adiando qualquer plano de manutenção do espaço. O movimento também afirmou que, apesar do fechamento ao público em geral, a prefeitura poderia seguir com a manutenção e os cuidados do acervo, algo que não ocorreu durante esse tempo.
Além do Museu Municipal, outros equipamentos de arte e cultura também sofriam com a falta de ação pública, como era o caso da Biblioteca, da Escola de Artes, do Teatro Municipal e do Centro Cultural Afro-brasileiro Casa de Angola, que, entre outros problemas, apresentavam fiação exposta, vazamentos de água e infiltrações.
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Osasco informou, na época, que a manutenção estava sendo realizada no local e que o acervo estava sob cuidados. “Durante esse período, o Museu passou por limpeza e conservação, feitas pelas equipes de apoio das secretarias de Obras e Meio Ambiente. Parte do acervo está guardada na Secretaria de Cultura, com todos os cuidados pertinentes”, afirmou a secretaria. O município também informou que três funcionários e um vigilante noturno atuam no museu. Sobre a reabertura do espaço, a prefeitura esperava realizá-la até o segundo semestre de 2022, “a depender dos estudos técnicos e da viabilização de recursos”.
Defender a cultura
O caso do Museu de Osasco é um claro reflexo das lacunas existentes nas políticas de preservação cultural no país. Esse exemplo destaca a importância crucial de preservar nossa cultura, não apenas para honrar nossa história e tradições, mas também para enriquecer o futuro das próximas gerações. Investir na manutenção e no cuidado dos espaços culturais é fundamental para que possamos continuar a contar as histórias que definem quem somos. A cultura é a alma de uma sociedade, e perdê-la seria perder uma parte essencial de nossa identidade. Portanto, é imperativo que os esforços sejam intensificados para garantir que locais como o Museu de Osasco não apenas sobrevivam, mas prosperem, refletindo o respeito e o valor que a cultura merece em nosso desenvolvimento como nação.
Por isso, é necessário respeitar o patrimônio cultural, as raízes e o poder que ele reflete na sociedade, a história e como ela vai mudar ao longo dos anos, fazendo com que outras pessoas reflitam sobre as situações e percebam a importância de cuidar do patrimônio para que futuras gerações possam conhecê-lo.