Atividades Culturais Como Fonte de Prevenção Da Criminalidade Juvenil

   O Brasil enfrenta uma grande desigualdade social, o que afeta, principalmente, a classe mais baixa da sociedade e gera uma série de problemas adicionais, como desemprego, desnutrição, doenças, violência e marginalização. Isso contribui para a formação de uma população “nem-nem”, composta por jovens que não estão nem empregados e nem matriculados em programas de educação ou treinamento. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, cerca de 9,6 milhões de jovens se encontram nessa situação.

  A condição da população “nem-nem”, que enfrenta dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e à educação, pode levar alguns jovens a buscarem alternativas de sustento, como o envolvimento em atividades criminosas. A falta de oportunidades de emprego e a exclusão social aumentam a vulnerabilidade desses jovens, levando-os a tomar decisões que, em última instância, podem resultar em um comportamento criminoso, especialmente entre aqueles que vivem em áreas periféricas. No entanto, é importante ressaltar que questões familiares (como conflitos, negligência, abuso ou falta de apoio parental) também desempenham um papel significativo na perpetuação desse problema social.

   O aumento no consumo de substâncias psicoativas está diretamente ligado ao crescimento da criminalidade juvenil, afirmou Rafael Alves, Presidente do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas de Osasco. Segundo Alves, o consumo de álcool e drogas frequentemente coincide com a evasão escolar, além de causar danos ao desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes.

    Ele ressaltou que “A falta de educação me torna mais propenso à violência e à pobreza, aumentando minha proximidade com a criminalidade.” As consequências dessa realidade são diversas, refletindo-se na baixa expectativa de vida dos jovens envolvidos nesse contexto. A falta de horizontes os empurra em direção à criminalidade, especialmente em um país com altos índices de encarceramento. “Viver uma vida com pouca perspectiva e acreditar que entrar no comércio ilegal é a única saída já demonstra a ausência de opções”, observou Rafael Alves.

  Ele enfatiza a importância da criação e realização de projetos para ampliar as oportunidades dos jovens, permitindo que descubram um mundo além de suas comunidades. “É fundamental que os jovens percebam que há várias formas de viver longe das drogas e das condições adversas de seus bairros”, concluiu Alves. Logo, a implantação de projetos culturais se torna um meio eficaz para diminuir desafios enfrentados pelos jovens em situação de vulnerabilidade. Além de oferecer uma alternativa positiva para ocupação do tempo livre, certas atividades proporcionam benefícios para aqueles inseridos nessa realidade.

Exemplos de Atividades Culturais:

1. Oficinas de música: aulas práticas e teóricas para aprender instrumentos e composição;
2. Grupos de teatro: encontros para desenvolver habilidades de atuação e encenação de peças;
3. Cursos de dança: aulas de diferentes estilos tipos de dança para promover expressão corporal e coordenação motora;
4. Festivais culturais: eventos que celebram a diversidade artística e cultural, incluindo apresentações, exposições e gastronomia típica;
5. Clube de leitura: encontros regulares para discussão de livros, compartilhamento de ideias e experiências de leitura entre os participantes;
6. Oficinas de artes visuais: atividades práticas de desenho, pintura, escultura, entre outras técnicas artísticas, promovendo a expressão criativa e o desenvolvimento de habilidades manuais.